segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vacina ajuda homens a prevenir HPV









Os homens também podem optar pela vacina quadrivalente para se proteger do HPV, vírus causador, no caso deles, do câncer de pênis, ânus e verrugas anus-genitais, conhecidas como crista de galo. A aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da vacina contra o HPV para homens pode ajudar a reduzir a quantidade de vírus circulante entre os homens. Estudo norte-americano mostrou que mais de 50% dos homens entre 18 e 70 anos no Brasil estão infectados pelo vírus.

São indicadas três doses para a imunização, totalizando cerca de R$ 900 (R$ 300 a dose) para homens com idades entre 9 e 26 anos. A medida e a vacinação em massa (imunidade de grupo) de mulheres,são apontadas, por infectologistas, como alternativa mais eficaz contra o câncer de colo de útero, o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. De acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer, são cerca de 500 mil novos casos por ano. No Brasil, o risco estimado é de 18 casos a cada 100 mil mulheres. A vacina estava disponível na rede particular para as mulheres desde 1998.

No entanto, a inclusão da vacina no sistema público de saúde está em discussão. As mulheres seriam as primeiras a serem vacinadas. De acordo com a professora da Santa Casa de São Paulo e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Luísa Villa, os homens se vacinarem não é apenas um ato altruísta, mas uma maneira efetiva de resguardar a própria saúde. “A vacina os protege contra infecções, doenças anal, genital e na cavidade oral-orofaringe”, pontua.

Os especialistas reforçam que a possibilidade de o homem se vacinar, indiretamente, também é uma maneira de proteger as mulheres, uma vez que o contágio ocorre pelo contato sexual, mesmo com o uso de preservativo. “É uma responsabilidade compartilhada. Ambos participam da cadeia de transmissão”, comenta Luísa.

Como o uso do preservativo confere uma proteção de 60% a 70%, a vacina é a forma de prevenção mais eficaz contra os tipos mais graves do HPV (6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas anus-genitais, e 16 e 18, que causam a maioria dos cânceres de colo de útero e pênis).

O vírus, por ser um dos principais causadores do câncer de colo de útero, está bastante associado às mulheres, mas também pode ser altamente prejudicial aos homens. “O papel do homem é destaque na transmissão, mas o HPV também pode causar doenças no homem”, diz o infectologista e professor do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais José Geraldo Leite Ribeiro. A infecção pelo HPV está relacionada a cerca de 40% dos casos de câncer de pênis e de 30% a 40% dos de câncer anal em homens. Para se ter uma ideia, oito em cada 10 indivíduos sexualmente ativos entrarão em contato com o vírus no decorrer de suas vidas.

Estudos científicos demonstram que a vacina ajuda o homem a produzir anticorpos e não causa eventos adversos. Em razão dos efeitos satisfatórios – tanto de proteção quanto e de não aparecimento de efeitos colaterais –, nos Estados Unidos, a vacina não só foi liberada pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta o uso de medicamentos e alimentos, como foi incorporada ao calendário de vacinação de rotina. No mercado brasileiro, existem duas vacinas contra o HPV: a quadrivalente, que protege contra os vírus 6, 11, 16 e 18, e a bivalente, que protege contra os vírus 16 e 18. No entanto, o fabricante da vacina bivalente não recomenda o uso para homens.

O vírus


Os HPV são vírus da família Papilomaviridae, capazes de provocar lesões de pele ou mucosa. Na maior parte dos casos, as lesões têm crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles são classificados em de baixo risco de câncer e de alto risco de câncer. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos.

Incidência

A infecção por HPV atinge cerca de 630 milhões de pessoas no mundo. Estima-se que os tipos 16 e 18 do vírus causem de 40% a 50% dos cânceres vulvares e 70% dos cânceres vaginais, bem como 85% dos casos de câncer anal.

Sintomas

O HPV pode permanecer no organismo sem qualquer sintoma por meses e até anos. Os tumores malignos, por exemplo, podem demorar de 10 a 20 anos para se desenvolver.

Contágio

A probabilidade de contágio também é alta. Varia de 50% a 80% e o vírus pode ser transmitido mesmo que esteja latente (sem manifestação visível).

Vacina

A vacina quadrivalente contra o HPV é administrada em três doses, com aplicação intramuscular. A primeira pode ser aplicada em data escolhida, a segunda dose é administrada dois meses depois da primeira e a terceira dose, seis meses depois da primeira.


fonte:www.uai.com.br



2 comentários:

betinha fofa disse...

Uma vez que a doença se previne com uma vacina e afecta tantas pessoas, deveria estar no plano nacional de vacinação.e serem comparticipadas pelo serviço nacional de saúde,
A divulgação da mesma não se tem feito sentir dai que muitas pessoas quando estão afectadas numa fase inicial não se tratam devidamente deixando-se chegar a um estado grave.

betinha fofa disse...

Sou africana e no meu pais nunca tinha ouvido falar nesta doença com a idade que eu tenho.