sábado, 4 de abril de 2009

Cientistas preocupados! Depois da bonança...a tempestade?


Sem querer fazer alarde, acho que todo mundo deve estar preparado para a possibilidade de ter que vir a enfrentar, a qualquer momento, algum dia, uma situação de catástrofe social decorrente de um caos nos sistemas de telecomunicações de todo o planeta.

Todas as pessoas deveriam manter, permanentemente, em suas casas, um estoque de alimentos e até mesmo de água. Não se trata de paranóia, é que a qualquer momento, a terra pode voltar a sofrer os efeitos de grandes tempestades solares com consequencias imprevisíveis.

Mas, o que são tempestades solares?

Essas tempestades consistem em erupções na superfície solar que liberam matéria acumulada (as manchas solares) no campo magnético solar. A matéria liberada nessas tempestades é o plasma quente, que são prótons e elétrons e íons, que não formaram nenhum átomo neutro e constituem, basicamente, gás eletrificado.

Essas partículas liberadas, ao se aproximarem da Terra, sofrem influência do campo magnético terrestre(lado esquerdo da Figura 1) uma região grande que circunda a Terra, no qual o vento solar é acelerado. O campo magnético terrestre não se estende indefinidamente, mas é limitado a uma cavidade no interior do sistema solar chamada magnetosfera ou invólucro magnético.

Campo magnético da Terra formando a magnetosfera (modelo simulado). Fonte: INPE

O pesquisador da Divisão de Materiais do Instituto de Aeronáutica e Espaço do CTA, Inácio Malmonge Martin explica que essas partículas, de acordo com a energia de chegada, são aprisionadas nas linhas de campo magnético da Terra, fazendo três movimentos. O primeiro, de giro em torno da linha de campo magnético; o segundo, de vai e vem (bounce) entre os pólos e o terceiro, de deslocamento azimutal (que é o ângulo formado a partir de uma direção fixa no terreno) em torno da Terra. Essas condições entre velocidade ou energia de chegada e o valor do campo magnético encontrado, possibilita a essa radiação solar, com os três movimentos descritos, configurar os chamados cinturões de radiação da Terra.

Quando o Sol apresenta um número grande de erupções solares (solar flares), parte dessas radiações são ejetadas ao espaço (Coronal Mass Ejection - CME), atingindo a Terra. Os cinturões de radiação se enchem e transbordam, através de injeção de plasma para a magnetosfera terrestre, ionizando em demasia as regiões mais baixas da atmosfera como a ionosfera e mesosfera (camadas intermediárias da atmosfera). Essa ionização traz diversas conseqüências para a Terra principalmente nas telecomunicações e mudanças climáticas.

Os efeitos das tempestades solares nos modernos sistemas de telecomunicações, se dão pelas interferências nas ondas eletromagnéticas, podendo inclusive prejudicar materiais como circuitos integrados, computadores de bordo, satélites, foguetes e balões estratosféricos. A tempestade solar ocorrida em 1989, por exemplo, atingiu o Canadá deixando quase seis milhões de canadenses sem energia elétrica. Onze anos depois, em 2000, o satélite brasileiro Brasilsat sofreu interrupções em seu funcionamento devido a uma forte tempestade solar. O fluxo magnético vindo do sol pode provocar fortes ondas de descarga elétrica nos cabos de transmissão de força, causando curto-circuitos e queimando equipamentos. Foi o que aconteceu na província canadense de Quebec, quando as bobinas de uma estação transformadora se derreteram e pegaram fogo, provocando um blecaute na área.

Martin explica que o maior número de erupções ocorre quando o ciclo solar está no máximo (maior número de manchas solares). "Nessa ocasião o número de interferência nas telecomunicações aumenta porque um maior número de partículas de baixa energia do Sol consegue penetrar na magnetosfera". Por esse caminho as radiações atingem a baixa atmosfera terrestre e criam-se volumes de cargas elétricas isoladas que se descarregam no próprio meio causando grandes interferências eletromagnéticas.

Fonte: http://www.comciencia.br/reportagens/cosmicos/cos05.shtml

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Num mundo em que tudo gira em torno da eletrônica, realmente é preocupante imaginarmos o que poderia acontecer caso tempestades solares venham a danificar satélites de telecomunicação, provocar curto-circuitos e queimar importantes equipamentos em estações de transmissão de energia.

E eu pergunto:- Como, nós, seres humanos, nos comportaríamos diante de um caos social desse porte? Sem possibilidade de tirar dinheiro em bancos para comprar alimentos, sem bombas de gasolina funcionando, sem possibilidade de usar cartões de crédito, sem água até mesmo para beber, pois hoje em dia, até o bombeamento de água é eletrônico...

Acho que todos nós devemos refletir sobre este assunto, já que até mesmo os cientistas da Nasa estão preocupados, como mostra a reportagem abaixo, divulgada pela agência de notícias EFE, nessa sexta-feira:

Sol entra no maior período de calmaria em anos, afirma Nasa
da Efe, em Washington

A Nasa informou que o Sol entrou em um estranho processo de calmaria, com ausência de manchas em sua superfície, e de intensidade nas labaredas e nas tempestades.
A agência espacial americana tinha informado em setembro que a pressão média do vento solar --a corrente de partículas carregadas que atinge a atmosfera terrestre e impulsiona os raios cósmicos em direção aos limites do sistema planetário-- tinha caído 20% desde meados da década de 1990.

Na metade do século 19, o astrônomo alemão Heinrich Schwabe descobriu que os ciclos se completavam com bastante regularidade a cada 11 anos, e isso seguiu assim durante mais de 200 anos. Mas, este ano, a situação mudou um pouco e a intensidade diminuiu bastante.
Nasa

Em 2009, não foram observadas manchas solares em 78 dias; cientistas querem prever quando chegará a próxima "máxima solar"

Apesar de os especialistas acreditarem que o fundo do poço tinha sido em 2008, a força continuou diminuindo.

Durante todo o ano passado não foram observadas manchas solares durante 266 dias, isto é, por 73% do período, e, por isso, os especialistas acreditaram que o ciclo tivesse chegado ao fundo do poço e começaria a se reativar.

No entanto, no último trimestre não foram observadas manchas em 78 dias, isso é, em 87% dos dias.

"Este é o Sol mais tranquilo que vimos desde 1913", disse David Hathaway, especialista em manchas solares do Centro Marshall de Voo Espacial, em Huntsville, Alabama. Naquele ano não foram observadas manchas no Sol durante 311 dias.
O assunto preocupa os cientistas, porque eles queriam prever quando chegará a próxima "máxima solar", um auge de atividade que dura de três a quatro anos.

As tempestades solares podem causar perturbações nas redes de distribuição de eletricidade e nas comunicações na Terra.

Um relatório recente da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos indicou que uma tempestade forte durante esse período poderia ter consequências catastróficas durante as quais os governos poderiam perder o controle da situação.

A fraqueza dos ventos solares poderia permitir uma irrupção maior de raios cósmicos no Sistema Solar, com perigos crescentes para a saúde dos astronautas, e menos tempestades geomagnéticas e auroras na Terra.

Também se registrou o nível mais baixo de irradiação solar em 55 anos, o que indica um enfraquecimento do campo magnético global do Sol.

E, além disso, várias cápsulas espaciais da Nasa descobriram que o brilho do Sol desceu 0,02% nas ondas visíveis desde 1996, e até 6% nos raios ultravioleta.
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Também ligada a este assunto, convido você a ler a matéria 21 de dezembro de 2012, o dia em que perderemos o contato e as profecias Maias, postada por mim neste blog no dia 21 de dezembro de 2008.Para isso, basta clicar aqui:

2 comentários:

Cathwillows disse...

Vou fazer estoque de leite condensado! hahahahha

Anônimo disse...

Acho que sou mais otimista (ou menos pessimista), pois não tenho tanto medo assim, apesar de achar (e ter quase certeza de) que o sol seja o principal responsável direto pelo aquecimento global.

Diante da campanha que se faz contra os desmatamentos, isto pode parecer até uma heresia, uma posição politicamente muito incorreta.
Assim, as florestas, indubitavelemente necessárias para a purificação do ar que respiramos, estariam mais para efeito do que para causa.

Pena não ter havido ninguém para proteger as imensas florestas que existiram onde se localizam o Deserto do Sahara e a Antártida. Em seu lugar ficaram imensas reservas de petróleo...

Algumas teorias supõem que o Sol seja muito mais complexo do que supõe nossa ciência. Ele apresentaria muitos ciclos desconhecidos, alguns a intervalos de centenas de milhares de anos, o que, obviamente, estaria fora de nossos registros de observações.

A observação de outras estrelas mostraria que o desenvolvimento desses ciclos ocorrem muito lentamente, não havendo, de imediato, risco de cataclismos aqui na Terra.

Agora, se eu estiver enganado no que acabei de expor, não adianta estocar água nem alimentos, pois estaremos literalmente fritos.

Acredito até que o Sol seja responsável por um aumento acentuado das radiações ultravioletas. Nós, que somos clarinhos, temos que tomar cuidado com o câncer de pele - e é justamente do que estou tratando no momento - tive que fazer duas cirurgias recentemente! Estou lutando bravamente contra um "caranguejo", que, felizmente é de um tipo menos agressivo e não produz metástase.

Apesar de estar com a família criada e ter nascido na longínqua década de 30, não quero ir agora. Tenho até como lema um verso de Robert Frost (Stopping by Woods on a Snowy Evening):

"But I have promises to keep,

And miles to go before I sleep".