sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gripe Suína: demora em exames ou mesmo a falta desses procedimentos pode esconder os reais números da doença.


Eu estava conversando com uma conhecida minha nesta semana e ela me disse que foi vítima da gripe suína devido aos graves sintomas da doença que apresentou depois de uma viagem que fez a Juiz de Fora, onde participou de um evento com centenas de pessoas.

Segundo ela, os sintomas que apresentou eram idênticos aos que são divulgados pelos órgãos de saúde competentes e pela imprensa em geral.

Ela me disse: -acho que tive gripe suína mas nunca vou ter certeza pois não fiz nenhum exame para checar. Ela também disse acreditar que os números da doença podem ser maiores uma vez que os exames não estão sendo feitos em todas as pessoas que apresentam os sintomas. Apenas os casos mais críticos são checados.

O que essa conhecida me disse pode ser realmente confirmado através de uma reportagem divulgada pelo G1 nesta sexta-feira,que fala justamente sobre a falta de infra-estrutura para a realização de exames da gripe suína em nosso país. Leia alguns trechos da informação:

Demora em resultados dos exames da nova gripe pode esconder total de mortes

Exames podem demorar 30 dias para ficarem prontos.

Nem todos pacientes com sintomas são indicados para exames.
O acúmulo de pedidos de exames para diagnosticar a nova gripe está provocando uma espera que pode chegar a 30 dias.

Os exames começaram a ser feitos em três laboratórios de referência do Ministério da Saúde, que ficam em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Pará. Como eles estão sobrecarregados, técnicos de laboratórios no Paraná e no Rio Grande do Sul foram treinados para também realizar estes testes.

Mesmo assim, segundo especialistas, os números de casos de gripe suína não são atualizados na velocidade adequada para o planejamento das ações necessárias no combate à doença.

E leia também:


Minas confirma 14 mortes em decorrência de gripe suína

Quatorze mortes em decorrência da Influenza A (H1N1), também conhecida como gripe suína, foram confirmadas pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais na tarde de quarta-feira, dia 26. O Estado passou a contabilizar os óbitos ocorridos em Olinda (PE) e Campinas (SP).

Os outros casos confirmados pela SES são o de uma grávida, de 26 anos, de Belo Horizonte; uma mulher, de 50 anos, de Coromandel; uma grávida, de 22 anos, de Barroso; uma mulher, de 25 anos, de Betim; uma mulher, de 43 anos, de Pouso Alegre, um idoso, de 62 anos, de Ipaba, uma mulher, de 27 anos de Viçosa; um homem, de 40 anos, e uma mulher, de 26, ambos de Uberlândia; um homem, de 48 anos, de Belo Horizonte; um homem, de 34 anos, de Ituiutaba e um outro homem, de 32 anos, de Nova Lima.

Sete casos que estavam em investigação foram descartados por meio de exames laboratoriais. Outros 62 óbitos estão sendo investigados. No total, Minas tem 664 casos suspeitos da doença, 239 confirmados e 365 descartados.

Capital

Nesta quarta a Secretaria Municipal de Saúde confirmou mais um caso de gripe suína em Belo Horizonte. Um homem de 58 anos teve diagnóstico confirmado por meio de exames laboratoriais.

A Secretaria investiga se ele teve contato com pessoas infectadas pela doença. A capital mineira tem 133 casos confirmados da nova gripe, 1.297 suspeitos e 291 descartados.

Hospital vai investigar atendimento prestado à grávida que morreu com gripe suína em BH

O Hospital Mater Dei informou, por meio de nota divulgada na tarde desta quarta-feira (26), que vai investigar o atendimento prestado à grávida de 26 anos que morreu no domingo (23) com Influenza A (H1N1), também conhecida como gripe suína. Segundo o hospital, uma comissão de sindicância interna integrada por equipe médica multidisciplinar vai apurar e analisar todo o histórico envolvendo a paciente.

O Mater Dei afirma que durante os 29 dias em que a paciente permaneceu internada, no período de 26 de julho a 23 de agosto, a família não formalizou qualquer tipo de reclamação ou descontentamento com relação ao atendimento prestado e que os questionamentos envolvendo o corpo clínico só chegaram ao conhecimento do hospital por meio da imprensa.

Ainda de acordo com a nota, o atendimento em pronto-socorro foi feito pela equipe médica em caráter extraordinário e, no momento em que foi detectada a necessidade de internação, essa medida foi prontamente adotada.

Dois dias após a internação, a paciente apresentou piora no quadro de saúde, sendo transferida para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI), onde os médicos fizeram o parto. O bebê - um menino - nasceu com 38 semanas de gestação (o normal é de 37 a 40 semanas), sem sintomas da gripe suína, e já está em casa.
O hospital ressaltou que os quadros de infecção pelo vírus H1N1 têm demonstrado uma alta letalidade entre as gestantes e que todos os modernos recursos terapêuticos existentes e possíveis foram empregados para tentar salvar a paciente. A morte da jovem foi a primeira registrada em decorrência da doença em Belo Horizonte.


Brasil tem maior número de mortes por gripe suína do mundo, diz Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde informou, em um boletim divulgado nesta quarta-feira (26), que o Brasil passou a ter o maior número de mortes por gripe suína no mundo. São 557 mortes até agora contra 522 nos Estados Unidos, país que ocupava até então, o primeiro lugar em número de óbitos de pacientes infectados pelo H1N1.

No ranking de taxa de mortalidade, no entanto, o Brasil ocupa a sétima posição, com 0,29 mortes por grupo de cem mil habitantes. O primeiro lugar continua com a Argentina, com mortalidade de 1,08, seguida pelo Chile, com o índice de 0,75. Os Estados Unidos aparecem em 13º lugar, com mortalidade de 0,16.

Na mesma nota, o Ministério da Saúde informa ainda que 83,5% dos casos de gripe atendidos em hospitais do país são de Influenza A (H1N1). Entre 25 de abril e 22 de agosto deste ano, 6.100 dos 30.854 casos graves tiveram confirmação laboratorial para a doença. Um total de 1.980 mulheres em idade fértil (15 a 49 anos) tiveram resultado positivo para o novo vírus. Destas, 480 eram gestantes. Entre as grávidas, 58 morreram.

O acúmulo de pedidos de exames para diagnosticar a nova gripe está provocando uma espera que pode chegar a 30 dias.

Os exames começaram a ser feitos em três laboratórios de referência do Ministério da Saúde, que ficam em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Pará. Como eles estão sobrecarregados, técnicos de laboratórios no Paraná e no Rio Grande do Sul foram treinados para também realizar estes testes.

Mesmo assim, segundo especialistas, os números de casos de gripe suína não são atualizados na velocidade adequada para o planejamento das ações necessárias no combate à doença.

Fontes: G1,Folha e Uai.

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