Hoje recebi no meu programa Revista da Tarde o cantor Cid
Chaves, da banda Renato e seus Blue Caps.
Eles realizam nesta sexta-feira, em BH, um show no
Chevrolet Hall.
O cantor Cid Chaves, vocalista da banda, esteve na rádio Inconfidência AM 880, onde
participou do quadro Revista Musical, às 15:30hs, no Revista da Tarde, que vai ao ar de segunda a sexta, de 14 às 16 horas.
Para ouvir a entrevista, clique aqui:
Conversamos um pouco sobre a história da
banda, sobre o show de hoje e também tiramos algumas fotos que posto aqui
para vocês.
Cid Chaves e eu
Cid Chaves e o presidente da Rádio Inconfidência, o jornalista Valério Fabris.
Para conhecer mais sobre a banda Renato e seus Blue Caps ,
a mais antiga do Brasil e também do mundo, que ainda se encontra em atividade,
conheça um pouco da história deles, através do texto abaixo divulgado no site da
banda.
Passavam horas trancados, aperfeiçoando a técnica em seus instrumentos. Paulo Cezar, por exemplo, começou tocando piano com dois dedos, e posteriormente, percebeu que seu negócio era o contra-baixo.
Até aí não havia sido formado um conjunto, e haviam adotado o nome de "Bacaninhas do Rock da Piedade", numa alusão ao bairro em que foram criados, no Rio de Janeiro. Logo se juntaram aos irmãos Barros os amigos Euclides (guitarrista) Gélson(baterista) e o saxofonista Roberto Simonal (irmão do cantor Wilson Simonal).
Já com o nome de Renato e Seus Blue Caps, inspirado em Gene Vincent, o grupo se apresentou no mesmo programa, tocando e cantando "Be-bop-a-lula", e obteve o primeiro lugar da semana, e posteriormente, o prêmio de melhor do mês. Ainda em 1960, gravaram o primeiro disco de 78 rotações, pela gravadora Ciclone, em que acompanhavam o grupo vocal "Os Adolescentes". No ano seguinte, gravaram com Tony Billy, pela mesma etiqueta. Nesse período, Gelson deixa o conjunto e Claudio entra para ser o baterista do grupo. Após uma participação no programa do Chacrinha, na TV Tupi, foram contratados pela Copacabana, onde lançaram dois 78 rotações e dois LPs, em 1962 (Twist) e 1963, sendo que o estreante Toni foi o baterista neste segundo LP.
Em 62, Ed Wilson parte para a carreira solo, e Erasmo Carlos, então secretário de Carlos Imperial, assume o posto de crooner do conjunto. Foi em 1963 que Renato e Seus Blue Caps teve o primeiro vínculo com a CBS. O grupo acompanhou Roberto Carlos nas gravações de Splish Splash e Parei na contra-mão.
Em 64, graças à insistência de Roberto Carlos e Rossini Pinto, o grupo é contratado pela CBS, lançando um compacto duplo. A banda, a essa altura, tinha Renato (guitarra solo), Paulo Cezar (baixo), Cláudio (que voltara ao conjunto nas gravações desse compacto), Cid (sax) e Carlinhos, primo de Renato (guitarra base). Após esse compacto, Toni retorna mais uma vez ao posto de baterista, e o conjunto fica, então, com a formação que faria grande sucesso nos anos seguintes.
A essa altura, Renato e Seus Blue Caps já era bastante conhecido no Rio de Janeiro, devido às frequentes aparições em programas de TV e apresentações em rádio. No começo de 1965, a gravadora CBS resolve, finalmente, lançar mais um LP do conjunto. Durante as gravações, em janeiro daquele ano, Renato Barros fez, sem muitas pretensões, a versão em português para a música "I should known better", dos Beatles, que recebeu o nome de "Menina Linda". Apresentada no programa de Carlos Imperial, na TV Rio, a música causou tão boa repercussão, que foi incluída no LP, que se chamaria "Viva a Juventude!". Logo a música entra nas paradas de sucesso, e projeta Renato e Seus Blue Caps em todo o país.
O ano de 1965 seria um marco para a carreira da banda. O sucesso - inesperado - aumenta cada vez mais, e próximo do final do ano, com o programa "Jovem Guarda", na Record, Renato e Seus Blue Caps conquista definitivamente seu espaço no cenário da música jovem. O LP "Isto é Renato e Seus Blue Caps" alcança excelente vendagem e dá um impulso maior à popularidade do grupo.
A banda se especializa em versões das músicas dos Beatles e de outros artistas internacionais, mas desenvolve também um estilo próprio de interpretação e composição. Muitas das versões de Renato faziam mais sucesso aqui no Brasil do que as originais em inglês. Surgem também as excursões para o exterior, e a banda atinge o ápice de sua popularidade no final de 66, com o lançamento do LP "Um embalo com Renato e Seus Blue Caps", o disco de maior sucesso e vendagem na carreira do conjunto.
O grupo também seria o responsável pelo acompanhamento de grandes nomes da Jovem Guarda, emprestando sua sonoridade a diversos lançamentos fonográficos. O excelente LP "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" é apenas um exemplo.
Entre 1965 e 1969, foram lançados 6 LPs, todos atingindo altos índices de vendagem e execução nas rádios. Em 68, o tecladista Mauro Motta passa a integrar a banda. No ano seguinte, o grupo passa por algumas alterações. Paulo Cezar grava um compacto simples, tentando se firmar em carreira solo. Em seu lugar entra Pedrinho. Carlinhos também deixa o conjunto, e Mauro Motta dá lugar a Scarambone.
Em 71, Paulo Cezar retorna ao conjunto, mas sai do grupo novamente em 73. Enquanto isso, o ano de 1972 ficou marcado pela saída de Toni, sendo substituído pelo baterista Gélson, que segue no conjunto até os dias atuais. Dois anos mais tarde, a banda passa a contar também com os vocais de Ivanílton, que mais tarde seria conhecido nacionalmente como Michael Sullivan. É possível constatar a passagem marcante de Michael Sullivan pelo grupo, ouvindo os LPs de 1974 e 1976 (10 anos de Renato...)
O grupo passa por mais modificações em sua formação já em 1977. Saem do conjunto Michael Sullivan e Scarambone. No ano seguinte, é a vez do baixista Pedrinho deixar a banda, para a volta do vocalista e também baixista Paulo Cezar Barros, que um ano antes lançara pela Emi-Odeon um bom disco com versões dos Beatles.
O ano era 1978, e além da entrada do novo tecladista, Marquinho, o conjunto lança um compacto simples com as músicas "Minha Vida" e "Nega, Neguinha". Esta última, seria um prenúncio do que viria pela frente.
A grande onda era a Disco Music, e o LP anual do grupo, em 79, foi fortemente influenciado pelo ritmo das discotecas.
O primeiro ano da década de 80 trouxe como lançamento mais um compacto simples pela CBS, e no ano seguinte, o novo LP da banda, que tinha, entre as novidades, uma faixa com a participação de Zé Ramalho.
A música, "Mr. Tambourine Man", versão para o clássico dos anos 60, foi a musica de trabalho, e teve até direito a clip exibido no Fantástico, da Rede Globo.
Depois de 28 anos na mesma gravadora, a banda se transfere, em 1982, para a RCA, lançando inicialmente um compacto simples, e no ano seguinte, o excelente LP "Pra Sempre".
Porém, após esse disco, o conjunto ficou 4 anos (1983-1987) sem gravar, até que a volta aos lançamentos fonográficos se deu na Continental, com o LP "Baton Vermelho", um sucesso de vendas e de execução, que trouxe o grupo novamente à mídia.
Em 89, porém, Paulo Cezar novamente deixaria o grupo, que teria Luiz Claudio em seu lugar, além de contratar o tecladista Darci. Luiz Claudio ficaria no grupo até 1994, quando seria substituído por Amadeu.
A volta ao disco ocorreu em 95, quando a banda participou da coletânea 30 anos da Jovem Guarda, produzida por Márcio Antonucci, dos Vips. Em 96, foi a vez do disco Renato e Seus Blue Caps - 1996, lançado pela Globo Columbia. Já em 2000, os Blue Caps participam de 3 Cds promocionais em homenagem a Roberto Carlos, e no final de 2001, o esperado disco Ao Vivo é lançado pela Warner, junto com mais 5 faixas inéditas.
Vale destacar que Renato e Seus Blue Caps jamais deixou de excursionar pelo país e realizar shows e apresentações.
Atualmente, com 42 anos de carreira ininterruptos, o conjunto está prestes a entrar para o Guiness Book, como o mais antigo do planeta em atividade.
E uma prova da importância de Renato e Seus Blue Caps nesta "Era Digital", é o constante lançamento de seus discos e coletâneas em CD, mostrando que a música de Renato e Seus Blue Caps sobreviveu ao tempo, atravessou gerações, e se mantém viva, alegre e espontânea.
Marcelo Luis - (Jornalista e criador deste site)
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