quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Fique por dentro da crise em Honduras!



A crise em Honduras que começou com o golpe militar que tirou da cama ainda de pijama e expulsou do país o presidente Zelaya, eleito democraticamente pelo povo, chama a atenção de todo o mundo.

Eu estou acompanhando o desenrolar dos fatos e torcendo, é claro, pela volta de Zelaya ao poder, pois é inconcebível o retorno de ditaduras militares ao nosso continente, depois de tantas conquistas democráticas.

Se você não está por dentro do assunto e gostaria de ficar, sugiro que leia a cronologia da crise de Honduras, clicando aqui .

Depois, sugiro que você leia a entrevista que o linguista e professor do Massachusetts Institute of Technology(MIT),Noam Chomsky (foto abaixo) concedeu ao G1 sobre a crise. Vale a pena conferir:




Noam Chomsky critica os EUA e elogia o papel do Brasil na crise de Honduras

Brasil ficou acima das expectativas; EUA não usaram 'todas as armas'.

Linguista e professor do MIT falou ao G1 em entrevista exclusiva.


Giovana Sanchez

Do G1, em São Paulo


Chomsky publicou mais de 80 obras e desenvolveu uma teoria que revolucionou o estudo da linguística. Ele foi um dos ferozes críticos da Guerra do Vietnã, entre 1959 e 1975, e tem extensos trabalhos que criticam a política externa norte-americana. Após os atentados do 11 de Setembro, fez em seu bestseller "9-11" uma análise polêmica dos ataques, condenando tanto os seus autores como os EUA, a quem chamou de "principal nação terrorista" do mundo.

Leia a íntegra da entrevista:

G1 - O senhor acredita que os Estados Unidos apoiaram o golpe em Honduras? Qual tem sido o papel do país nessa crise?

Chomsky - Esse golpe foi incomum, e os Estados Unidos não o apoiaram abertamente. O país se juntou à Organização dos Estados Americanos (OEA) e a outras potências na crítica, mas fez isso de uma maneira fraca - não retiraram seu embaixador, como outras nações fizeram, por exemplo. Também se recusaram a chamar de golpe, o que envolveria cortar muitas ajudas, e não usaram nada de sua capacidade para restaurar a democracia.

Os militares de Honduras são muito ligados aos EUA. Aliás, os americanos usam uma base no país. Após a volta de Zelaya, os Estados Unidos passaram a criticar abertamente Zelaya, e seu embaixador na OEA o chamou de irresponsável. Não diria que o país apoia o golpe, mas, com certeza, não está fazendo algo para se opor. Há fortes segmentos dos Estados Unidos que até são a favor do golpe. A história de que Zelaya queria mudar a Constituição é um pretexto, Zelaya estava aumentando o salário mínimo, introduzindo programas que beneficiariam os pobres, e a pequena elite rica do país não gostou nada daquilo.


G1 - Como o senhor analisa a atitude do Brasil e da Venezuela em relação a Honduras hoje?

Chomsky - Acho que a atitude do Brasil tem sido muito admirável. Ao acolher Zelaya, o país se colocou numa posição a favor da democracia, e é claro que o que o Brasil faz é extremamente importante, pois é o principal país da América Latina.

O caso da Venezuela não é surpreendente, já que Zelaya já era um aliado de Chávez (o presidente Hugo Chávez), então o país se definiu fortemente contrário ao golpe, o que acho que é a posição correta.

G1 - O senhor acha que a volta de Zelaya mudou alguma coisa na dinâmica da organização diplomática na América Latina?

Chomsky - Acho que mudou muito. Os golpistas estão enfrentando uma pressão internacional, da OEA e de maneira mais fraca dos EUA, e agora eles estão caminhando para um confronto direto com o Brasil. Acredito que eles irão recuar. E é uma vergonha que os Estados Unidos não estejam tomando uma atitude mais forte nesse sentido, pois acredito que, se isso acontecesse, o golpe já teria acabado.

A questão crucial vai aparecer em novembro. Porque o que os golpistas estão tentando fazer é manter a situação até as eleições para tentar convencer o mundo de que a eleição é legítima e que isso deveria acabar com a questão. Mas claro que ela não será legítima, não com um governo que foi ao poder por um golpe militar. E a questão crucial vem depois: os EUA irão aceitar o resultado de uma eleição feita por um governo golpista?

G1 - E o que o senhor acha que acontecerá?

Chomsky - Espero que os Estados Unidos recusem, mas não tenho certeza. Acho que os EUA têm simpatia pelo golpe, eles não gostavam dos passos que Zelaya estava dando. Acho que os EUA estão vendo isso como um conflito entre dois grupos opositores que têm diferentes interpretações da lei, e não como um golpe que retirou um presidente eleito do país e o expulsou do país.

G1 - Ainda falando de América Latina, mas sobre a Colômbia. Recentemente tivemos um grande debate sobre a possibilidade do uso de bases militares da Colômbia pelos Estados Unidos, o que foi rechaçado pelos vizinhos sul-americanos. O senhor acha que a Colômbia precisa de ajuda para conter o narcotráfico ou isso seria uma desculpa para a entrada dos Estados Unidos no continente?

Chomsky - Não acredito que seja, quero dizer, o narcotráfico é um pretexto. Há alguns dias, o Panamá permitiu que bases sejam usadas pelos EUA em seu território. Mas isso é uma das coisas que têm acontecido - o treinamento de oficiais militares na América Latina aumentou consideravelmente.

No caso da Colômbia, se você analisar os documentos, especialmente um de abril passado, eles descrevem a base como um sistema geral de vigilância e controle da América Latina, que faz parte de um sistema instalado em outras partes do mundo. Ou seja, é muito maior do que qualquer coisa relacionada ao narcotráfico.


O controle americano sobre a América Latina tem diminuído. Os métodos tradicionais de controle, violência e estrangulamento econômico têm perdido eficácia. Eles ainda existem, mas não como antes. Os EUA estão sendo expulsos de muitos lugares, o Equador foi o último.

Por muitos anos, os americanos têm tentado restabelecer sua dominação. Relembrando, existe uma posição tradicional do país que relembra sua fundação e que diz que os EUA precisam controlar a América Latina.

Sobre o narcotráfico, é interessante como a questão está até sendo discutida! Vamos supor que a China, por exemplo, coloque bases militares no México para conduzir uma guerra química contra Kentucky, Tennessee e Carolina do Norte e envie oficiais para garantir que os Estados Unidos acabem com a produção de tabaco. Nós iríamos rir disso, não iríamos nem discutir. Isso existe pela lógica imperialista que nós nem discutimos.

Além disso, uma comissão de estudos composta por países latino-americano concluiu que a briga contra as drogas é falida. Estudos nos EUA mostraram que oferecer tratamento é bem mais efetivo do que fazer essas operações fora dos países. Apesar de saber disso, o governo continua ano após ano investindo dinheiro. Só há duas opções: eles são loucos ou têm outras intenções.

G1 - Como o senhor avalia a criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e de que forma ela mudou as relações da América Latina com os Estados Unidos?

Chomsky - A Unasul é um desenvolvimento muito importante. Pela primeira vez desde a conquista europeia, a América Latina começou a se mover rumo a uma integração. Essas instituições, além de aumentar as relações entre os países, são importantes porque as nações nunca serão capazes de se defender sozinhas. Na reunião em Santiago, no ano passado, Evo Morales agradeceu o apoio após um referendo que confirmou seu poder (e teve grande oposição por parte de governantes que realizaram consultas para se separar do país) e disse que aquela era a primeira vez que a América Latina tomou seus assuntos nas suas próprias mãos sem a interferência dos EUA.

G1 - Até hoje, os movimentos esquerdistas da América Latina foram estabelecidos seguindo as bases democráticas - presidentes foram eleitos ou mantidos no poder por referendos. Por que o senhor acha que esses governos assustam tanto as grandes potências?

Chomsky - A democracia é muito desapreciada pelas potências por muito boas razões, e a principal é porque a democracia neutraliza o poder, e as potências querem o poder em suas mãos. Os EUA derrubaram governos democráticos de muitos países, e o Brasil é um dos vários exemplos. Os governos democráticos são vistos como ameaças.

A administração Obama pune dois países na America Latina, Bolívia e Venezuela, argumentando que eles não fazem nada contra o narcotráfico. Mas o México, na fronteira americana, é um dos principais centros de narcotráfico! Isso são só armas contra governos democráticos de quem os EUA não gostam.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Vocês concordam?


Hoje achei esta matéria no site www.Yahoo.minhavida.com.br e resolvi postá-la neste blog com o seguinte objetivo: Perguntar às mulheres, minhas possíveis leitoras, se elas concordam com o estudo a que se refere a reportagem que vocês lerão a seguir.

Enfim, perguntar a Célia, Cathwillows, Simone, Jane, Kátia, Patrícia, Adriana,Zana,Gina,Inês,Sonia,Gercilene,Danielle,Clevane,Fátima, Sonia, Bruxameggy, Jaqueline, Frau Stru entre tantas outras mulheres inteligentes e maravilhosas que visitam e leem este blog:


Vocês concordam com o estudo abaixo? Leiam com atenção e depois deixem seu comentário!

Mulheres sentem maior atração por homens engraçados
Estudo mostra que inteligência também é arma de sedução masculina

Pesquisadores da universidade de Northumbria, na Grã-Bretanha, sugerem que mulheres preferem homens engraçados, com humor sofisticado, já que eles demonstram apresentar um nível maior de inteligência.

A pesquisa aconteceu com 45 mulheres heterossexuais que leram descrições de diversos tipos de homens, escritas por eles mesmos. A partir disso, as voluntárias tiveram que classificar o que achavam desses textos. O nível de honestidade, inteligência e as chances de amizade ou relacionamento amoroso era a principal característica da pesquisa.

O resultado foi que homens que se descreveram de forma informal e até engraçada foram classificados como inteligentes e ganharam pontos no quesito relacionamento amoroso. Entretanto, os pesquisadores também afirmam que não é qualquer piada que conquista as mulheres, já que os homens mais sinceros foram os que obtiveram uma classificação mais alta em todos os quesitos.

De acordo com o urologista e terapeuta sexual, Celso Marzano, entender o desejo das mulheres não é tão complicado quanto parece. "O que as mulheres mais precisam é de alguém em quem possa confiar; alguém para compartilhar as coisas boas e ruins, de um homem gentil e que tenha senso de humor, além de um par romântico, que tenha calor, inteligência e que goste de abraçar e beijar. As prioridades podem ser diferentes dos homens, mas as necessidades são as mesmas", afirma o especialista.( fonte:www.yahoo.minhavida.com.br)

Vou insistir. Aguardo a resposta de todas vocês, leitoras femininas, referente à pergunta que fiz acima:

Vocês concordam com o que vocês acabaram de ler?

Agradeço desde já por participarem desta enquete.

Um beijo a todas vocês e obrigada por seguirem este blog. E que prevaleça sempre o bom humor, mesmo diante de tantas dificuldades e lutas que a vida proporciona a todas e todos, que a gente consiga sorrir sempre, pois assim o caminho fica mais leve e a gente consegue chegar lá e ainda ajudar aqueles que pensam em desistir ou têm medo de ser feliz!

Valeu!

domingo, 27 de setembro de 2009

Conferi e adorei!


Não resisti e fui conferir pessoalmente os espetáculos sobre os quais falei neste blog nesse sábado e que estavam sendo oferecidos gratuitamente à população de Belo Horizonte.

Fui à Serraria Souza Pinto ver de perto o Festival Internacional de Teatro de Objetos. Lá estava lotado e todos os ingressos para os espetáculos haviam se esgotado.

Por conta disso, ficamos somente por pouco tempo na Serraria, tiramos algumas fotos e depois decidimos ir à praça do Papa curtir o festival internacional I Love jazz, que terminou nesse domingo na capital mineira e que atraiu uma multidão de pessoas.

Lá assistimos ao show da Benny Goodman Centennial Band. Foi uma apresentação maravilhosa. Quando lá chegamos o último show da noite já havia começado mas deu pra sentir o clima animado e contagiante do jazz tocado pela banda americana que faz um tributo ao centenário de nascimento de Benjamim David Goodman, o Benny Goodman.

Ele é um dos nomes mais importantes e populares do jazz americano, clarinetista, que nasceu no dia 30 de maio e 1939 em Chicago, Illinois e morreu em 13 de junho de 1986.

O show foi super dançante e esquentou o público que sofria com o vento frio que soprava em todas as direções no alto da Avenida Afonso Pena.

Foi uma noite muito legal. Ainda bem que resolvi seguir as minhas próprias dicas!

Confira agora algumas fotos que tirei dos dois eventos:


Festival internacional de Teatro de Objetos






Festival internacional I love Jazz



sábado, 26 de setembro de 2009

BH tem opções imperdíveis de eventos culturais gratuitos.


Nossa querida Belo Horizonte está repleta de opções culturais gratuitas neste final de semana. Entre elas o Festival Internacional de Teatro de Objetos, que acontece na Serraria Souza Pinto que fica na Avenida Assis Chateaubriand, 809, Floresta. O festival oferece ao público espetáculos com personagens diferentes, que ganham vida com muita imaginação. Torneiras, palitos, tampinhas, artigos domésticos, e muitos outros, são os protagonistas de histórias construídas a partir do inusitado e do simbólico.

Veja a programação deste sábado e domingo:

16h: CDPOLO
16h30: Desfile de Objetos com Banda Circence
Entre 17h e 21h: Cia. La Voce delle Cose
17h - 18h30 - 19h e 20h: Cia La Balestra
17h30 - 18h30 e 20h: Grupo XPTO

TENDAS 1, 2 e 3
17h: Cia du Petit Monde
17h: Cia Teatro de la Plaza
17h: Cia. La Voce delle Cose
18h10: Cia Fernan Cardama
18h10: Cia Teatro de la Plaza
18h10: Cia. La Voce delle Cose
19h20: Cia Fernan Cardama
19h20: Cia Teatro de la Plaza
19h20: Cia La ChaChana Teatro

20h30: Cia du Petit Monde
20h30: Cia Truks
20h30: Cia La Chana Teatro
21h30: Show do Grupo Uakti (somente no sábado)

O Festival Internacional de Teatro de Objetos tem realização do Sesi/Fiemg.

Para mais informações ligue para (31) 3241-7146.

A outra atração imperdível é o festival I Love Jazz que acontece até domingo na praça do Papa, também em BH.

Veja a programação de hoje e amanhã:

Sábado
17h – Juarez Moreira loving jazz convida
Nivaldo Ornelas
18h30 – Swiss College Dixie Band
20h – Benny Goodman Centennial Band

Domingo
17hs – Mike Hashim & Happy Feet Jazz Band
18h30 – Judy Carmichael trio e Harry Allen
20h – The New Orleans Joymakers

Mais informações no site www.ilovejazz.com.br

Bom divertimento para você.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mais uma vítima da Raja Gabaglia! Até quando?

No dia 14 de março deste ano escrevi uma série de matérias neste blog onde denunciava as dificuldades para se fazer uma travessia segura na avenida Raja Gabaglia, altura do número 1745, que fica próximo ao Tribunal de Justiça de MG e à Rádio Inconfidência, onde trabalho. O local é super perigoso para os pedestres e sempre alguém é atropelado e morre nesse trecho. Eu mesma já corri vários riscos de ser atingida por motoristas apressados e mal educados ao atravessar a avenida.

Na ocasião em que fiz a matéria, realizei também uma entrevista no programa Revista da Tarde, que apresento diariamente de 13 às 15 horas, na Inconfidência AM880, com o Diretor de Ação Regional e de Operação da Bhtrans, Edson Amorim de Paula.

Disse a ele sobre todos os problemas e pedi soluções para garantir mais segurança aos transeuntes. Fui atendida apenas no quesito pintura das faixas de pedestre, pois elas já estavam tão danificadas que nem podiam mais ser visualizadas.

Leia a série de matérias que postei neste blog sobre o assunto, clicando aqui

Inclusive na última semana, várias pessoas da região fizeram uma manifestação no local pedindo a construção de uma passarela para pedestres, cuja obra foi aprovada pelos moradores no Orçamento Participativo há vários anos e que, segundo o diretor da Bhtrans não deverá ser executada por falta de viabilidade técnica( ou vontade poítica?)

E hoje, ao abrir a internet, me deparei com mais uma notícia de atropelamento na Raja Gabaglia, justamente no local onde atravesso todos os dias e onde havia denunciada a falta de segurança para atravessar a avenida. A notícia que estava no site www.otempo.com.br diz o seguinte:

“Uma mulher foi atropelada na avenida Raja Gabaglia, próximo ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na manhã desta sexta-feira (25). O acidente ocorreu na altura do bairro Luxemburgo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

A vítima, que ainda não foi identificada, foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros com ferimentos leves e levada ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

O motorista já foi multado por avançar o sinal vermelho, conforme informações do site do Detran. Ele dirigia um Celta com placa de Contagem e foi encaminhado para a delegacia para prestar esclarecimentos.

O trânsito na região ficou lento no sentido Bairro/Centro.” (O tempo)

E eu pergunto: até quando, nós cidadãos, teremos que assistir a essas pessoas morrendo ou sendo mutiladas por veículos na avenida Raja Gabaglia? Até quando? Quantos mais terão que morrer para que o problema seja solucionado?

Quem sabe um dia, quando os responsáveis pela gestão do trânsito em Belo Horizonte forem responsabilizados penalmente por omissão, juntamente com os motoristas que atropelam e matam, poderemos ter uma solução para esses problemas, não é mesmo?


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Será que nossa mãe Terra conseguirá prover tantos filhos?




Com quase 7 bilhões, população preocupa

da New Scientist



Pense na maior multidão com a qual você já esteve --talvez 50 mil pessoas em um estádio. Em apenas 6 horas a partir de agora, haverá mais este número de pessoas no mundo, e outras 50 mil nas próximas 6 horas, e assim por diante. Não é de admirar que o aumento da população humana é visto, muitas vezes, como um dos maiores problemas do nosso mundo.

Há quase 7 bilhões de seres humanos atualmente, o dobro do que havia em 1965, com a adição média de 75 milhões de pessoas por ano. Projeções da ONU dizem que pode haver um adicional entre 2 e 4 bilhões até 2050. O planeta jamais passou por algo semelhante. Será que o mundo consegue sustentar este crescimento populacional?

É uma questão controversa. Embora esteja claro que a população não possa aumentar para sempre, a história está repleta com terríveis, mas falhas, previsões de fome e morte resultantes da superpopulação. A mais famosa delas é a de Thomas Malthus, que alertou, há mais de dois séculos, que a população seria mantida "sob controle" pela elevação da mortalidade.

O que ele não previu foi a capacidade das sociedades recém-industrializadas para suportar um grande número de pessoas. Hoje, o "problema populacional" está de volta à agenda. No começo deste ano, o conselheiro científico do governo britânico John Beddington projetou uma população sob crise global em 2030. Mais: um grupo de bilionários influentes, incluindo Bill Gates e George Soros, identificou a superpopulação como a maior ameaça que a humanidade enfrenta.

Toda a vez que a "New Scientist* publica um texto detalhando mais uma das desgraças ambientais do planeta, leitores respondem argumentando que o problema real é a superpopulação. As estatísticas populacionais são, de fato, impressionantes. Números brutos, contudo, escondem uma infinidade de complexidades. Olhando atentamente, fica claro que a suposição, baseada no senso-comum de que a população é a raiz de todos os males, é simplista.

Por exemplo, enquanto a população está crescendo em números absolutos, a taxa de crescimento (média) está reduzindo a velocidade --de um máximo de 2% nos anos 1960 para 1% hoje. No Japão, Rússia e muitos dos países europeus, mulheres estão tendo poucos filhos, o que está diminuindo a população, ou vai diminuir, em breve.

Ao mesmo tempo, as populações de muitas das nações menos desenvolvidas estão explodindo, com mulheres em alguns países dando origem a mais de cinco filhos, em média. Algumas dessas complexidades são desfeitas por especialistas.

O demógrafo Paul Ehrlich, que reacendeu o debate há uma geração com seu best-seller "A Bomba Populacional", endossa a afirmação de que é preciso agir para conter a fertilidade (leia o artigo, em inglês, aqui). Por outro lado, o escritor de ambiente Fred Pearce insiste que enfocar na população traz uma distração perigosa da questão real: o consumo.

Depois, há o "admirável mundo novo" do encolhimento populacional que está em curso na Europa, como explica o demógrafo Reiner Klingholz. "Estamos muito pesados para o mundo, os recursos são escassos para nós.

A natureza já não nos sustenta"Assim escreveu Tertuliano, um dos primeiros cristãos, no século 3. Naquela época, a população mundial era de cerca de 200 milhões. Dezoito séculos depois, e com 34 vezes mais pessoas no planeta, o debate continua.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Prefeitos de municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte serão denunciados por tragédias causadas pelas chuvas

Na última matéria que escrevi e postei neste blog, com o título "Que venham apenas as flores", eu falava sobre as chuvas e as tragédias que elas provocam todos os anos na região de Belo Horizonte e em várias outras cidades do país. Falava também sobre a importância dos governantes realizarem um trabalho preventivo para evitar a repetição de danos, mortes e prejuízos.

Por coincidência, nesta quarta-feira, ao ler o jornal Hoje em dia, me deparei com uma matéria escrita pelo repórter Jáder Resende, que fala justamente sobre a responsabilidade penal de governantes omissos, que não investem em ações preventivas. O Ministério Público pretende denunciar por homicídio culposo todos os prefeitos que não apresentarem um plano de contingência para o período chuvoso.

Veja o que diz a reportagem:

O Ministério Público vai denunciar por homicídio culposo (sem intenção de matar) os prefeitos de municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte que registrarem mortes por desabamento, inundações ou deslizamento de encostas durante o período chuvoso. Levantamento feito pela Promotoria Metropolitana de Habitação e Urbanismo revela que somente cinco dos 34 municípios da Grande BH contam com Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, as chamadas Comdecs, devidamente estruturada e pronta para agir ou evacuar famílias que vivem em áreas de risco. No Estado, segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), somente 11,7% dos 853 municípios contam com Comdecs atuantes e somente 5,6% possuem unidades do Corpo de Bombeiros, fatores que expõem ao risco milhares de pessoas que vivem em áreas de risco e até mesmo nas cidades.

A promotora metropolitana de Habitação e Urbanismo, Marta Larcher, informou que os municípios da Grande BH que ainda não elaboraram plano de contingência para o período das chuvas terão dez dias para executar essa tarefa, sob pena de serem responsabilizados judicialmente. "Essas ações serão ajuizadas para cobrar ações efetivas. Nosso objetivo é fazer com que todos os municípios da Grande BH adotem as medidas preventivas necessárias", disse.
Segundo ela, somente cinco municípios do entorno da capital contam com Comdecs estruturadas e atuantes. Além de Belo Horizonte, Betim, Caeté, Contagem e Brumadinho. "Os demais estão sabidamente com grande dificuldade para se organizar ou possuem coordenadorias sem estrutura", disse.

Os municípios mineiros que ainda não contam com Comdecs estruturadas também serão alvo de ação do MP. Eles serão alvo de ação de fomento, ou seja, serão intimados a estruturar as coordenadorias necessárias, sem previsão de sanções mais rígidas. O diretor de Comunicação da Cedec, Edilan Arruda, alerta que "a inércia da grande maioria dos prefeitos pode culminar no aumento do número de mortos e desabrigados no próximo período chuvoso".

De acordo com Marta Larcher, desde o início do ano o MP vem mapeando as áreas de risco da Grande BH. Em maio último, a instituição promoveu um seminário na capital sobre o tema, mas o evento atraiu a atenção somente de dois municípios, além de um representante da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel).

"Infelizmente, os grandes não compareceram", lamentou a promotora, lembrando que uma oficina também promovida por sua promotoria no dia 17 deste mês, em Lagoa Santa, para tratar do mesmo tema, obteve número menos inexpressivo. Naquela reunião compareceram sete representantes de prefeituras da Grande BH.


Obras do Arrudas só em 2010



As obras de dois metros de rebaixamento do fundo do Ribeirão Arrudas nos limites da Avenida Tereza Cristina não serão concluídas no prazo previsto, admite o assessor da Diretoria de Operação da Região Metropolitana da Copasa, José Luiz Fróes. Orçada em R$ 58,4 milhões, a obra foi iniciada no dia 7 de abril - em função do temporal que, na virada do ano, arrasou um bom trecho daquela via - e deveria ser concluída em dez meses. Nela atuam 350 homens. O aumento da capacidade de vazão da água será de 20%, mas segundo o secretário de Políticas Urbanas, Murilo Valadares, a finalização das obras está prevista para dezembro de 2010.


Remoção da lama em dez dias


Fróes garantiu que nenhum operário e mesmo as máquinas no canteiro de obras correm risco. "Contamos com um sistema eficiente de monitoramento das cabeceiras que deságuam no Arrudas. Havendo risco de enchente, teremos tempo mais do que hábil para remover homens e máquinas do local", disse. Segundo Fróes, serão feitas duas rampas de acesso, mais reforçadas. Ele calcula que serão necessários pelo menos dez dias para remoção da lama. "Correremos atrás do prejuízo, mas se chover muito não conseguiremos cumprir o prazo", admite Fróes.

O coordenador do Núcleo de Execução de Projetos Especiais de Saneamento da PBH, Ricardo Aroeira, informou que não há obras previstas para grandes vias que foram alagadas no último período chuvoso, como Prudente de Morais e Francisco Sá. Segundo ele, a Carta de Inundações da cidade, concluída no início de 2009, serve de parâmetro para ações emergenciais.

A assessoria da Urbel informou que as placas indicativas das áreas suscetíveis a inundações serão instaladas nos próximos meses, após as discussões com os Núcleos de Alerta de Chuvas (NACs), grupos comunitários que serão criados para orientar as pessoas a se prevenirem quanto aos efeitos das chuvas. A mesma assessoria informou que a aquisição dos equipamentos do Sistema de Monitoramento Hidrológico e Alerta contra Inundações está em curso e o processo de instalação terá início ainda neste ano, mas sem data definida.



Fonte: Jornal Hoje em dia

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Que venham apenas as flores!



Nesta segunda-feira, véspera do início da primavera, previsto para as 18h18min desta terça-feira, 22 de setembro, caiu uma forte chuva em BH. A tempestade, que durou cerca de 1 hora, fez estragos por toda a cidade: derrubou árvores, postes e deixou vários bairros sem luz, entre eles o Luxemburgo, onde moro.

Ficamos sem energia elétrica por quase 3 horas. Tentei ligar várias vezes para o 116 da Cemig, porém, quando mais precisamos falar com a empresa, o telefone está sempre ocupado. Creio eu, devido ao grande número de chamadas e à falta de infra-estrutura para atender os clientes quando eles realmente precisam de uma explicação ou orientação. Impressionante, a empresa que cobra a tarifa de luz mais cara do país, não consegue atender seus clientes quando falta energia.

Realmente estou bem preocupada com este próximo período chuvoso, pois as tempestades estão cada vez mais comuns e segundo os meteorologistas, este ano as chuvas serão fortes e intermitentes. O resultado poderá ser o que já vimos várias outras vezes: tragédias como desabamentos, enchentes e mortes, principalmente em áreas de risco.

E eu pergunto: por que nossas cidades nunca estão preparadas para o período chuvoso?

Por que todos os anos a história se repete e somos obrigados a acompanhar de novo os vários casos de enchentes, desabamentos e mortes como se fosse um replay de um velho, conhecido e assustador filme?

Alguns governantes atribuem as tragédias ao excesso de chuvas como se a culpa pelos acidentes e avarias durante as tempestades fosse apenas de São Pedro. Mesmo sendo leiga no assunto creio que muitos problemas causados pelas chuvas poderiam ser evitados com vontade política, planejamento, trabalho preventivo e mais respeito para com os cidadãos.

Já que o clima mudou, o aquecimento global é uma realidade e as tempestades são cada vez mais constantes, os governantes e suas cidades também têm que se adequar e se preparar para conviver bem com essas mudanças ambientais. Estudos precisam ser elaborados e as cidades precisam ter planos bem estruturados para enfrentar as adversidades do clima.

Um dos fatores que considero fundamental para a ocorrência de enchentes e alagamentos em Belo Horizonte é que a cidade se torna cada vez mais impermeabilizada por conta da especulação imobiliária desenfreada e sem limites. Estamos cercados de asfalto por todos os lados. Prédios e mais prédios são construídos todos os dias por todos os cantos e recantos da capital mineira e a água das chuvas, que são cada vez mais intensas, não tem como ser absorvida pelo solo e corre diretamente para as galerias e cursos d`água que não foram planejados para comportar índices pluviométricos tão elevados. Outro problema são as bocas de lobo sujas e entupidas por garrafas pet e sacolas de plástico que não permitem a vazão da água.

Também é notório que todas as vezes que chove forte em BH árvores caem sobre veículos, fiação elétrica e ruas. Belo Horizonte possui milhares de árvores antigas, centenárias, que precisam ser melhor avaliadas quanto ao risco de provocar danos em caso de tempestades.

Hoje mesmo algumas caíram sobre um carro no bairro Caiçara e sobre fiação elétrica no Sagrada Família. No total foram 120 árvores derrubadas na capital durante a tempestade. E eu pergunto : será que isso não poderia ter sido evitado? A prefeitura não tem como realizar um trabalho preventivo de checar a qualidade e resistência das árvores de Belo Horizonte? Se isso fosse feito, diminuiriam os acidentes e seria um problema a menos na cidade.

Sei que existem situações difíceis de se prever quando o assunto são os fenômenos naturais mas, afirmo que vários problemas e acidentes decorrentes de tempestades deixariam de existir se fosse realizado um trabalho preventivo, sério e competente, durante todo o ano, a começar pela limpeza das bocas de lobo e até mesmo por campanhas de conscientização da população sobre o assunto já que também não adianta a prefeitura limpar e as pessoas continuarem a sujar.

Nós, cidadãos, também temos que fazer a nossa parte e ajudar a manter a cidade limpa, não deixar o lixo se espalhar pelas ruas e respeitar o espaço urbano. Temos o dever de dar a nossa contribuição pois a cidade é a nossa casa e devemos cuidar dela com o mesmo carinho que cuidamos do nosso lar.

Devemos ainda ficar atentos e cobrar empenho e trabalho dos administradores. Não podemos aceitar as tragédias como simples resultado da vontade de Deus pois muitas delas poderiam ser evitadas com medidas simples, de baixo custo e com um pouco mais de respeito aos direitos do cidadão.

No mais, uma boa primavera para todos nós. Que venham as flores com suas cores e cheiros diversos para enfeitar e alegrar nossos dias. E que tenhamos menos mortes, prejuízos e tristezas neste próximo período chuvoso. Assim seja!