segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Menopausa, por Hilda Lucas.



Excelente e bem-humorada reflexão sobre essa fase da vida que muitas mulheres temem chegar, mas que pode ser uma das melhores de toda a nossa vida!

Tenho certeza que muitas mulheres que já entraram na menopausa vão amar ler e irão se identificar plenamente com tudo que a Hilda Lucas escreveu. 

Divertido e sensível, vale muito a pena conferir, o texto abaixo!




“Menopausa” (texto de Hilda Lucas)




“É mais ou menos assim: um dia você acorda quadrada, ou talvez, ballonnée, ou pior, com jeito de matrona!

A menopausa não é colega – ouvi de uma mulher numa sala de espera de dermatologista. Estávamos as duas com os rostos inchados e chamuscados por lasers e peelings, folheando perversas revistas de moda e frivolidades, onde todos são jovens e felizes, depositando míseras gotículas de esperança nos raios que nos partem daqueles aparelhos de última geração. Balancei a cabeça como uma vaca no matadouro e, sem pestanejar, movida pela absoluta cumplicidade daquele instante, falei para a minha colega: A menopausa é uma filha da mãe, isso sim! Caímos na maior gargalhada e assim ela se tornou a minha primeira amiga de menopausa.

A menopausa é um sequestro. Uma versão, só para mulheres, de praga bíblica. Inferno astral que antecede a terceira idade. É tragicômica, portanto, para encarar, só rindo. Um dia você está no meio da sua normalidade, é arrancada de tudo que você tem como referencia física de si mesma e é lançada a uma espécie de funilaria às avessas. A libido diminui na mesma proporção em que aumenta a irritabilidade.



Você não só não pensa tanto, nem gosta tanto, nem se importa tanto mais com sexo, como para compensar vira uma criatura instável, pavio curto, sem paciência para nada, capaz de discutir com um poste, de deprimir à toa, ter crise de choro com anúncio de seguradora e ataque de ansiedade ao ler o jornal. Enfim, você vira uma pessoa bem complicada, ou melhor, complexa. E, até então, você achava que TPM era o pior que podia acontecer.

Os sintomas aparecem inadvertidamente , como assaltantes, em maior ou menor intensidade, bizarros e infalíveis. Lá estão eles: ressecamento – escolha onde você terá; celulite – a pele de pêssego é substituída pela casca de laranja; flacidez – é a triste irrevogabilidade da lei da gravidade; manchas senis – essas pelo menos trazem o consolo dos muitos verões bem vividos; insônia – e com ela balanços complicados da vida; calores – esses são um requinte de crueldade, tão desprovidos de sentido que nos fazem refletir sobre a transcendência da agonia dos ovos cozidos;



esquecimentos – sua memória vira uma espécie de vácuo e você passa por constrangimentos inenarráveis como aquela frase típica: “sabe aquele filme, daquele diretor, com aquela atriz, como é mesmo o nome?”


ossos de papel – e o perigo de tombos ridículos resultarem em cirurgias espetaculares onde pinos e próteses são implantados sem cerimônia; cabelos ralinhos de palha de milho – a sua trança de potranca virou um tererê; cintura - convexa ou quase inexistente com direito àqueles dois afundadinhos nas costas, como se você fosse feita de massinha de modelar; olhar – embaçado por uma nata azulada (catarata, não!!!) toldado por pálpebras fofas, generosas – e você começa a achar que tem ascendência mongol; juntas sacanas – com data de validade vencida e, como se não bastasse, a lembrança recente, acachapante, perturbadora e descompassada de como você era antes da menopausa. Você era jovem ontem! Que dó, que desperdício!

Esse é o ponto crucial: o estranhamento entre o que vemos e a nossa imagem interna. Não se trata da negação da velhice, da morte. Não. É bem mais simples e raso: você simplesmente não gosta do que vê! Trata-se de uma incapacidade temporária para sobrepor imagens, aceitar limitações, apurar um outro olhar.

Você ainda não tem parâmetros para entender em que você está se transformando. Você resiste bravamente. Convoca uma legião de especialistas, as forças do Bem, o exército da salvação. Faz reposição hormonal, contrata um personal, da uma passadinha na sex shop, engole quilos de soja, linhaça e sucos de cramberry, toma antidepressivo, Omega 3, aplica botox, faz drenagem linfática,



vai ao plástico, ao dermatologista, ao ortomolecular, à nutricionista, ao psicanalista, ao astrólogo, à fisioterapeuta e ouve o seu ginecologista como se ele fosse o oráculo de Delfos. Seus modelos e referências estão no passado e a menopausa – trombeta apocalítica – anuncia um futuro onde você vai ter de mostrar que aprendeu lições, mereceu cada ruga e está pronta para mais trinta anos.

A menopausa é uma puberdade invertida. E, como tal, é também casulo, travessia, transformação. Divisor de águas, experiência de deserto, freio de arrumação, faxina. Teste crucial de espírito esportivo, capacidade de adaptação e instinto de sobrevivência.

Passa. Demora, mas passa, e você sobrevive, como sobreviveu à pororoca hormonal da adolescência; você há de superar o declínio daqueles mesmos hormônios e seus asseclas que um dia já te enlouqueceram. (Esqueceu que você sobreviveu, com muito menos recursos, às cólicas, às espinhas, aos pelos encravados, aos ovários policísticos, à vergonha do próprio corpo, à oscilação de humos e à melancolia dos anos tenebrosos da adolescencia?)

E aí, passada a tempestade, vem a bonança, a libertação. Você estará livre de ter que ser bonita, magra, eficiente, querida, desejável, vencedora, fértil, competitiva, invejada, elegante, gostosa, informada, culta, legal, conectada, tudo ao mesmo tempo. Ufa!!!


Depois dos achaques, perrengues e mudanças, a menopausa inaugura a maturidade: a síntese da mulher que você construiu ao longo dos anos, fases e etapas, a essência que fica, depois que os papéis de jovem fêmea produtiva estão cumpridos. Seu rosto é a cara da sua vida. Sua bagagem é tão grande que dá para jogar fora um monte de supérfluos e pesos mortos. Seu tempo é só seu e você não precisa provar mais nada para ninguém. seu maior desafio é ter-se tornado uma boa companhia para si mesma. Você reformula premissas, um estar no mundo mais relaxado, uma maior complacência com suas imperfeições, dificuldade e vícios. Você já não quer mudar o mundo, você quer compreende-lo; você já não precisa agradar às pessoas, você quer viver em paz e ser respeitada. Não há mais pressa; a vida vira um bom vinho a ser apreciado, com generosidade e prazer.



A menopausa é um tremendo rito de passagem. Talvez o último antes da definitiva passagem. Inevitável e necessário. Coisa de gente grande. O relógio biológico é inclemente, imparcial e, portanto, justo. Haja coragem e bom humor! Não há negociação possível, apenas a vida seguindo seu curso.

Então, que venham os ciclos, todos. Com seus sustos, sombras e transformações. Com suas libertações, rearranjos e alegrias. Que venham os dias, as horas, as marés, as auroras, todas.”







Hilda Lucas

domingo, 29 de setembro de 2013

Descubra o poder da respiração e mude sua vida!


Eu fiz o curso parte 1 da Fundação Arte de Viver, em agosto último e amei! Foi uma experiência maravilhosa!

Por isso, quero indicar para você o próximo curso, que acontece em Belo Horizonte, de 25 a 29 de outubro! Vale muito a pena! Tenho certeza que você também vai amar! 

Saiba mais:





Descubra o poder da respiração !!!

Respirar é automático. Mas respirando com consciência e colocando diferentes ritmos na respiração, eliminamos toxinas físicas , emocionais e o estresse do nosso organismo e focamos nossa mente no momento presente !!!

Venha aprender esta técnica e a como diminuir seu estresse, ser mais feliz e ter uma vida melhor !

De 25 a 29 de outubro, na Escola da Serra ( Rua do Ouro, 1900 ) .

Informações e inscrições : http://www.artedeviver.org.br/atividadedetalhe.php?codturma=1877

Vagas limitadas !!

Outras informações ou dúvidas : 21 - 9985 6441 ( Malu )

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Anglo American invade quintal de casa para fazer mineroduto


Caso não é isolado e moradores não são reconhecidos como atingidos pela obra


Fonte O Tempo




Ary não consegue mais lenha para acender o fogão, e acorda de madrugada para garantir água

Levantou poeira. Há quatro meses, o borracheiro Ary Teixeira convive a contragosto com máquinas no quintal de sua propriedade




PUBLICADO EM 23/09/13 - 03h00
ANA PAULA PEDROSA

Conceição do Mato Dentro. Até maio deste ano, o borracheiro Ary Teixeira, 50, dividia a pequena propriedade de 1,63 hectare na área rural de Conceição do Mato Dentro com outras 20 pessoas da família espalhadas em quatro casinhas simples. Nos últimos quatro meses, ele passou a compartilhar o terreno também com caminhões, tratores, escavadeiras e centenas de operários do projeto Minas-Rio, tocado pela Anglo American. Mas a convivência com as máquinas e funcionários da multinacional é forçada: Ary não foi procurado pela mineradora para negociar seu terreno e, de repente, ficou espremido entre o mineroduto, que vai passar praticamente dentro da sua casa, e a linha de transmissão que vai garantir energia ao projeto e passa a poucos metros dali.


O caso de Ary não é isolado. Na cidade, que fica a 175 km de Belo Horizonte, moradores de 20 comunidades rurais reclamam que são atingidos de alguma forma pela gigantesca obra, mas não foram incluídos nas listas de impactados elaboradas pela empresa. Os que são reconhecidamente atingidos têm direito a indenização de R$ 35 mil por hectare, reassentamento em área de 20 hectares para o chefe da família, 10 hectares para cada filho maior de idade que resida no local e outros 20 hectares para todos os filhos não residentes no local.


A nova moradia deve ter uma casa avaliada em pelo menos R$ 50 mil e os proprietários devem receber assistência técnica e social por três anos, além de uma cesta básica. Os termos, de acordo com o advogado Elcio Pacheco, que defende na Justiça algumas das famílias, são os mesmos empregados no caso da Usina de Irapé, da Cemig, no Norte de Minas.


“Se me derem um lugar, eu saio amanhã”, diz Ary Teixeira. O borracheiro conta que, desde que passou a morar praticamente dentro do canteiro de obras, o movimento na borracharia, que fica às margens da rodovia MG–050, caiu 80%, e mal dá para pagar as contas.


Mas os prejuízos não são apenas econômicos. A família perdeu sua privacidade e mudou sua rotina. A mulher de Ary, Antônia Teixeira, conta que a horta da família não produz mais.


Para acender o fogão, o borracheiro precisa da ajuda de parentes, que trazem lenha de outra comunidade. Antes, ele pegava no quintal de casa. Para ter água, ele acorda às 3h30, e enche um reservatório, antes que os funcionários da obra comecem a usar a água no alojamento acima de seu terreno. (APP)

UFMG confrma o que todos nós já sabíamos

O medo do Irineu é de todos nós: !ue um dia a água venha a faltar em  Conceição do Mato Dentro e vários outros Municípios vizinhos, por conta da exploração mineral que está tomando conta de toda a região, de forma desenfreada, sem os devidos e necessários cuidados e respeito ao meio ambiente.

Chega a ser revoltante a forma como os licenciamentos vem ocorrendo, onde são priorizados os interesses das empresas em detrimento do meio ambiente e das comunidades.

Considero todas as ações que  favorecem desleal e ilegalmente as mineradoras, crimes que deveriam ser punidos severamente, doa a quem doer.




UFMG diz que há ‘equívocos’

Grupo de estudos listou 540 áreas de conflito ambiental em Minas Gerais




Máquinas já trabalham a todo vapor no topo da serra da Ferrugem

Medo. Irineu mora na comunidade do Gondó desde que nasceu e teme que a mineração acabe com a água usada nas casas da região




PUBLICADO EM 23/09/13 - 03h00 Jornal  O Tempo.
ANA PAULA PEDROSA

Na semana passada, o Grupo de Estudo em Temáticas Ambientais (Gesta) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encaminhou a autoridades e órgãos ambientais parecer no qual aponta o que chama de “equívocos” no processo de licenciamento do complexo Minas-Rio. O grupo pede que a Superintendência Regional de Regularização Ambiental do Vale do Jequitinhonha (Supram Jequitinhonha), que trata do caso, examine o estudo da consultoria Diversus, que aponta 22 comunidades afetadas.


O estudo da Diversus foi realizado em 2010, depois que a Unidade Regional Colegiada (URC) Jequitinhonha, que assim como a Supram integra a Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), determinou que a mineradora custeasse um estudo realizado por uma empresa indicada pela Comissão de Atingidos. Foi elaborada uma lista com três empresas e a Diversus foi escolhida. O laudo, no entanto, ainda não foi examinado pela Supram.

Posteriormente, a Anglo apresentou outro laudo, de outra consultoria, que apontava como atingidas as mesmas duas comunidades identificadas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Este laudo também não foi examinado pela Supram.

A coordenadora do Gesta/UFMG, Andrea Zhouri, diz que é preciso considerar os impactos econômicos e nas relações sociais e ambientais dos moradores. “Não são apenas propriedades. É um modo de vida tradicional, baseado em mútua dependência social e econômica”, diz.

Para ela, a origem de todos os problemas é o fracionamento do licenciamento, que tirou a visão do impacto total do projeto. O mineroduto foi licenciado em âmbito federal, a mina em Minas Gerais e o porto no Rio de Janeiro. A Licença de Instalação (LI), segunda fase do licenciamento, foi dividida em duas etapas.

O Gesta faz um trabalho independente e já mapeou 540 conflitos ambientais em Minas Gerais. Em Conceição do Mato Dentro, que recebe a obra da Anglo, os pesquisadores estiveram na comunidade de Água Quente, onde o abastecimento de água está ameaçado pelo empreendimento. A comunidade será vizinha da barragem de rejeitos.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SUPRAM atropela COPAM e atingidos de Conceição do Mato Dentro

Mais um absurdo contra Conceição do Mato Dentro e seu povo em favor da Anglo American!






Numa situação inusitada, a Superintendência Regional de Regularização Ambiental Jequitinhonha (MG) contraria decisão do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM, para beneficiar a mineradora multinacional Anglo American, que atua no município de Conceição do Mato Dentro e entorno.

Diante do impasse provocado pela precariedade dos estudos referentes ao universo dos atingidos pelo empreendimento Minas-Rio, o COPAM decidiu por votação, em 2010, que a Anglo American custeasse um laudo confeccionado por empresa independente e de notório saber técnico, a ser indicada pela Comissão dos Atingidos, com vistas à caracterização sociocultural da Área Diretamente Afetada (ADA) e da Área de Influencia Direta (AID). Tal estudo foi realizado pela empresa Diversus e protocolado na SUPRAM em 2011 e 2012. Enquanto o EIA-RIMA do empreendimento indicava duas comunidades como atingidas, o relatório da Diversus identificou outras 20 comunidades, ampliando o universo dos atingidos para 22 comunidades. Contudo, a SUPRAM aceitou um terceiro estudo sobre as comunidades afetadas, realizado sob encomenda da própria Anglo American pela consultoria Ferreira Rocha, que nega a conclusão do relatório da Diversus e reafirma a conclusão do EIA-RIMA.

Entendemos que a SUPRAM, ao avalizar esse estudo no processo de licenciamento, comete graves erros:

1. A SUPRAM considerou o estudo da Diversus incompleto sem dispor, para tanto, de parecer único fundamentado, e sem que esta conclusão tenha sido levada à votação no COPAM. A SUPRAM impediu, assim, a decisão dos conselheiros;

2. A aceitação do estudo Ferreira Rocha sem votação no órgão deliberativo – o COPAM – configura um ato contrário à decisão do mesmo, que determinou que a indicação da consultoria fosse feita pela Comissão dos Atingidos e não pela empresa interessada. Desta forma, a SUPRAM atropela a decisão do COPAM, que garantiria um mínimo de controle social sobre a elaboração do estudo, por aqueles que mais sofrerão as consequências do empreendimento;

3. Atenta igualmente contra a decisão do COPAM o fato de a equipe responsável pela elaboração do estudo Ferreira Rocha não dispor de notório saber técnico, não contando nem mesmo com profissionais técnicos qualificados para a caracterização requerida;

4. Em parecer único, a SUPRAM utilizou as conclusões desse estudo - elaborado por consultores escolhidos, contratados e pagos diretamente pela Anglo American - para a avaliação da viabilidade ambiental e social do empreendimento. Esta postura parcial na condução do processo de licenciamento configura um golpe que beneficiará diretamente esta multinacional em detrimento da vida e dos direitos de centenas de famílias.



A votação do parecer da SUPRAM está prevista para a reunião do COPAM desta quarta-feira, dia 18 de setembro.

Diante dessa situação absurda, nós, Atingidos pelo Empreendimento Minas-Rio, exigimos publicamente do COPAM que faça valer as decisões anteriores que buscam resguardar minimamente os direitos da população que vem sofrendo diretamente os danos, os impactos e os abusos promovidos por uma empresa que sequer reconhece a nossa existência.





Atingidos pelo Empreendimento Minas-Rio




domingo, 15 de setembro de 2013

ABTB estima que Transtorno Bipolar atinge 4% da população brasileira,






Doença costuma se manifestar antes dos 20 anos e atinge cerca de 7,6 milhões de pessoas

Da Agência Brasil


Sintomas como euforia, fala rápida, irritação, agitação, insônia, agressividade, hostilidade e depressão podem ser sinais de vários transtornos que acometem o humor, seja para o polo depressivo, seja para o da euforia. Porém, quando os sintomas vêm alternados em uma mesma pessoa, pode ser um alerta para o transtorno bipolar, uma doença sem cura, mas com tratamento e controle.

De acordo com a ABTB (Associação Brasileira de Transtorno Bipolar), o distúrbio atinge 4% da população. O censo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010, informa que o Brasil tem uma população de 190.732.694 pessoas. Sendo assim, cerca de 7,6 milhões fazem parte da estatística da ABTB.

A doença se manifesta em fases que alternam a hiperexcitabilidade e a agitação com profunda tristeza e depressão. A duração de cada fase varia de pessoa para pessoa, podendo durar horas, dias, meses e até anos. Um complicador para a pessoa portadora do transtorno surge quando as duas fases se misturam, o chamado estado misto.

A presidente da ABTB, Ângela Scippa, explica que "a pessoa pode estar acelerada, hiperativa, mas triste por dentro, e até pensando em se matar”.

Dados da entidade apontam que em 60% dos casos a doença se manifesta antes dos 20 anos de idade. Ângela explica que, na infância, os sintomas mais comuns são a distorção do humor e o avanço precoce da sexualidade.

— A criança passa por uma tempestade afetiva e é muito importante que a família fique atenta, porque é na infância que a criança passa pelo processo de modelação do comportamento. Se o transtorno bipolar não for detectado e cuidado a tempo, pode gerar vários problemas no desenvolvimento comportamental e psicológico dessa criança.

A especialista ressalta que na adolescência é mais comum os parentes perceberem os sintomas.

— Nesses casos, o adolescente passa a ter sintomas depressivos, gastos excessivos, e briga muito. É imprescindível que a família fique atenta, observe, e o encaminhe para um especialista.

De acordo com a psiquiatra Ângela Scippa o distúrbio pode ter origem por vulnerabilidade genética e fatores ambientais que podem agir de forma combinada.

— Por fatores ambientais, podemos considerar maus-tratos que o indivíduo pode sofrer, como negligência, abuso sexual, entre outros. Assim, o paciente de transtorno bipolar tem obrigatoriamente esses dois fatores.

A professora de psiquiatria da UnB (Universidade de Brasília) Maria das Graças de Oliveira, por sua vez, relatou que há estudos consistentes com indícios de que a pessoa bipolar tem uma inteligência acima da média.

— Tem alguns estudos que mostram que as pessoas com transtorno bipolar foram crianças com maior fluência verbal. É um transtorno mais frequente em pessoas mais criativas, muito frequente em artistas, cantores, escritores, pintores. A genética, associada ao transtorno bipolar, parece ser a mesma que está associada à criatividade.

A especialista detalha que existem dois tipos de transtorno bipolar. O tipo 1, que acomete cerca de 1% dos brasileiros portadores da síndrome, se caracteriza por episódios de depressão e de exaltação de humor mais graves e agitação psicomotora em que a pessoa faz movimentos involuntários causados pela tensão.

Em cerca de 15% dos portadores do tipo 1 do transtorno bipolar, a doença também apresenta sintomas psicóticos. No quadro de mania, são registrados os episódios de exaltação de humor mais intensos, que se manifestam por delírios de grandeza, em que a pessoa se considera famosa, acredita ter poderes especiais ou ser mais habilidosa que os outros. Já nos episódios de depressão, os sintomas psicóticos vêm com pensamentos delirantes de inutilidade, de ruína, culpa, ou com a certeza de uma doença física grave. Não é raro, nessa fase, a pessoa ter pensamentos suicidas.

Já o tipo 2 do transtorno bipolar atinge entre 5% e 6% dos brasileiros portadores da doença e se manifesta por episódios depressivos e de exaltação de humor mais brandos, sem sintomas psicótico.

Graça de Oliveira detalhou que a vulnerabilidade é herdada geneticamente e que os sintomas do transtorno bipolar são desencadeados por estressores psicossociais, situações que perturbam psicologicamente.

— Estressores psicossocias são comuns na vida de todos, mas a maioria das pessoas não adoece psiquicamente, apenas as que trazem consigo uma vulnerabilidade. Quanto maior a vulnerabilidade, menor a dimensão do estressor necessário para desencadear os sintomas.

A especialista ainda destacou que há estudos consistentes com indícios de que a pessoa bipolar tem uma inteligência acima da média.

— Tem alguns estudos que mostram que as pessoas com transtorno bipolar foram crianças com maior fluência verbal. É um transtorno mais frequente em pessoas mais criativas, muito frequente em artistas, cantores, escritores, pintores. A genética, associada ao transtorno bipolar, parece ser a mesma que está associada à criatividade.

sábado, 14 de setembro de 2013

Conto com seu voto mais uma vez nesta nova edição do prêmio Top Blog !



É com orgulho que venho informar que este blog está concorrendo pela quarta vez consecutiva ao prêmio Top Blog, o maior e mais bem conceituado prêmio da blogosfera.

Nas edições anteriores, o Blog da Déborah Rajào ficou entre os cem mais votados na categoria variedades//profissional. Fiquei super feliz com tudo  isso e gostaria de dividir esse reconhecimento com cada um de vocês.

Este ano, fomos novamente indicados para participar do prêmio e estamos na categoria Notícias e cotidiano.

A fase de votação do concurso já iniciou-se. Por isso, venho mais uma vez pedir o seu voto. A sua participação é muito importante e desde já agradeço seu apoio.

Como votar
1- É  muito simples. Basta clicar aqui: http://www.topblog.com.br/2012/index.php?pg=busca&c_b=331295
2- Depois de votar você receberá um email para confirmar seu voto. 
3- Você confirma seu voto e está concluído o processo.
4-Você também tem a opção de votar usando o Facebook.

Desde já agradeço mais uma vez o seu apoio.
Muito obrigada! Valeu, amigos!
Beijos a todos.
Déborah Rajão

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Abertas as inscrições para o Curso de Educação Popular em Direitos Humanos



A Comissão Pastoral de Direitos Humanos da Arquidiocese de Belo Horizonte promove no período entre 21 de setembro e 10 de dezembro o quinto Curso de Educação Popular em Direitos Humanos.

O curso, que será realizado aos sábados na sede do Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da
Arquidiocese de Belo Horizonte, objetiva a capacitação e o aperfeiçoamento de lideranças de movimentos sociais, agentes pastorais e comunitários, estudantes e promotores de direitos humanos.

Veja a programação:

Dia 21/09 – Abertura: A história e as ações da Comissão Pastoral de Direitos Humanos da Arquidiocese de BH - Assessoria: Profa. Emely Vieira Salazar

Dia 28/09 - Fundamentos e história dos direitos humanos Assessoria: Prof. Fernando Tadeu

Dia 05/10 - Direitos Humanos e Política Assessoria: Prof. Antônio Faria Lopes

Dia 19/10 - Educação e Direitos Humanos Assessoria: Prof. Robson Sávio

Dia 26/10 - Direitos Humanos e direito internacional Assessoria: Prof. José Luiz Quadros

Dia 09/11 - Direitos Humanos e sistema prisional Assessoria: Pastoral Carcerária da Arquidiocese de BH

Dia 23/11 - Mediação de conflitos e Direitos Humanos Assessoria: Profa. Flávia Resende

Dia 30/11 - Movimentos sociais e Direitos Humanos Assessoria: Prof. Bráulio Magalhães

Dia 04/12 - Mística e Direitos Humanos Assessoria: Prof. Pe. Jaldemir Vitório

Dia 10/12 - Comemoração da Declaração Universal dos Direitos Humanos 18 horas: entrega dos certificados e celebração ecumênica

O Curso Educação Popular em Direitos Humanos tem o apoio do Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte, o Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas (Nesp) e a Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte (FAJE).

INSCREVA-SE NO LINK ABAIXO:

https://docs.google.com/forms/d/1s1Xejag_5karfFBs4EpCttzhjLrqSYILVHrrMwA41BQ/viewform

SERVIÇO:

Local: Rua Além Paraíba, 208, Lagoinha, Belo Horizonte- MG.

Período: 21 de setembro até 10 de dezembro de 2013, aos sábados, de 14 às 18 horas.

Taxa de inscrição: R$10,00 (a ser pago no primeiro encontro, dia 21 de setembro).

Certificado expedido mediante 75% de presença.

Informações: pelo telefone 3428-8370, ou e-mail: cpdireitoshumanos@gmail.com, com Poliane.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Conto com seu voto mais uma vez nesta nova edição do prêmio Top Blog !



É com orgulho que venho informar que este blog está concorrendo pela quarta vez consecutiva ao prêmio Top Blog, o maior e mais bem conceituado prêmio da blogosfera.

Nas edições anteriores, o Blog da Déborah Rajào ficou entre os cem mais votados na categoria variedades//profissional. Fiquei super feliz com tudo  isso e gostaria de dividir esse reconhecimento com cada um de vocês.

Este ano, fomos novamente indicados para participar do prêmio e estamos na categoria Notícias e cotidiano.

A fase de votação do concurso já iniciou-se. Por isso, venho mais uma vez pedir o seu voto. A sua participação é muito importante e desde já agradeço seu apoio.

Como votar
1- É  muito simples. Basta clicar aqui: http://www.topblog.com.br/2012/index.php?pg=busca&c_b=331295
2- Depois de votar você receberá um email para confirmar seu voto. 
3- Você confirma seu voto e está concluído o processo.
4-Você também tem a opção de votar usando o Facebook.

Desde já agradeço mais uma vez o seu apoio.
Muito obrigada! Valeu, amigos!
Beijos a todos.
Déborah Rajão

Cariocas e mineiros unidos para denunciar ilegalidades no Porto de Eike



Portuário do Açu prejudica moradores do dois estados. Cabral e Eike são investigados pelo MPF

Cláudia Freitas



O que as famílias de Barra do Açu, que fica na região Norte Fluminense de São João da Barra, têm em comum com as famílias de Conceição do Mato Dentro, localizada a 167 quilômetros de Belo Horizonte, em Minas Gerais? A pergunta será o principal assunto do Encontro das Comunidades em Resistência ao Projeto Minas-Rio, que começou nesta sexta (23/08) e vai até domingo (25), em Barra do Açu. 


Obras no Portuário do Açu, em São João da Barra, geram polêmica e processos

Organizado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (Gesta/UFMG), o evento vai discutir os impactos socioambientais provocados pelas obras de instalação do Complexo Portuário do Açu, pelas empresas do Grupo EBX, de Eike Batista, com apoio dos governos estaduais e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é a troca de experiências entre os moradores dos dois estados, prejudicados com o megainvestimento. Durante essa semana, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu a queixa crime apresentada por agricultores do Açu, contra o empresário Eike Batista, o governado do Rio, Sérgio Cabral e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

STJ acolhe denúncia contra Cabral, Eike e Luciano Coutinho, do BNDES

O empreendimento Portuário do Açu compreende o projeto “Minas Rio”, englobando um mineroduto de 525 km de extensão, construído pela empresa Anglo American, com sede no Reino Unido e capital aberto em Londres e Johannesburgo. O mineroduto corta 18 municípios no seu trajeto que vai da cidade mineira de Conceição do Mato Dentro, onde inicia o túnel, até o distrito fluminense de Barra do Açu, no ponto de construção do porto idealizado por Eike Batista. Próxima ao Quadrilátero Ferrífero, Conceição do Mato Dentro tem uma biodiversidade muito rica, mas que está sendo devastada pelas obras do portuário. “Cachoeiras, a vegetação, campos, florestas, formações rochosas, toda a riqueza natural da região está em vias de destruição pela mineração”, denuncia Carlos Bittencourt, pesquisador da Ibase.

O Ministério Público Federal questiona desde 2010 a desintegração do licenciamento das obras do Portuário do Açu. A mina é licenciada pelas Superintendências Regionais Ambientais de Minas Gerais (Supram), o mineroduto pelo Instituto Brasileiro Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA) e o porto, pelo Instituto de Meio Ambiente do Rio (Inea). “A estrutura é bem representada pelo dito popular ‘dividir para reinar’. É isso que está acontecendo em Minas e no Rio, são problemas similares, que violam os direitos humanos e ambientais”, diz Bittencourt. Ele acredita que um estudo eficiente para demonstrar a extensão do impacto ambiental causado pelas obras do complexo deve unir todos os contratos de licenciamentos, apoiado por um novo laudo técnico das condições atuais de cada área afetada.

Segundo Carlos Bittencourt, um dos problemas mais graves da mineração promovida pela Anglo em Conceição do Mato Dentro diz respeito ao acesso às fontes de água potável, comprometendo o ecossistema semiárido da região. “Os moradores estão sofrendo com a falta de água, resultante da erosão provocada pela mina da Anglo, que contaminou o rio Passa Sete, tornando a sua água imprópria para consumo e até para o laser”, explica o pesquisador. No caminho do mineroduto, ficam as marcas do abandono e da degradação do meio ambiente, transformando a rotina das populações que antes sobreviviam da pesca, agricultura e sobreviviam dos recursos naturais.

Mineração da Anglo em Minas Gerais deságua no Porto do Açu, no Rio

A Anglo American entrou no empreendimento em 2008, atuando através da Anglo Ferrous Brazil, empresa criada por ela visando as negociações de minério de ferro no país e rapidamente adquiriu de Eike Batista a mina de Conceição de Mato Dentro. Seu primeiro investimento foi o mineroduto que deságua no Rio de Janeiro, na região do Açu. Em solo carioca, as reclamações e denuncias tomam maiores proporções e se voltam contra a LLX e a Codin, órgão do governo estadual. As desapropriações compulsórias de pequenos agricultores do Açu geraram processos contra Eike Batista, o governado do Estado, Sérgio Cabral e sobrou até para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, pelo fato de ter liberado verbas destinadas às desocupações e implantação do porto, estaleiro e plataforma industrial. A ação foi proposta ao STJ pelo advogado Antônio Maurício Costa, que representa famílias desapropriadas, apresentando notícia crime sobre as ilegalidades cometidas. O recurso foi acolhido esta semana e as investigações agora serão conduzidas pelo Ministério Público Federal.

As famílias de São João da Barra acusam a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), responsável pelas desapropriações, do uso de violência para cumprir a determinação do estado. As vítimas contam que a CODIN e a empresa LLX fazem constantes ameaças, especialmente quando o morador resiste à ordem. O conteúdo do processo procura evidenciar que os agricultores foram prejudicados “por dois decretos ilegais e arbitrários de desapropriação de aproximadamente 7.200 hectares de terra no Açu, tendo como base o relatório feito pela Associação de Geólogos Brasileiros, no Rio de Janeiro, na retroárea do Porto do Açu”, destaca o argumento de Costa. Ele destaca que a defesa de Eike Batista para esta ação é feita pelo escritório Andrade & Fichtnerl, que teve como sócio até o ano de 2006 o atual secretário de Estado da Casa Civil, Régis Velasco Fichtner, e continua sendo administrado pelos familiares do secretário de Cabral.


1 / 12























No mesmo período em que Costa entrou com as ações no STJ, novas denúncias surgiram contra as operações da LLX no Portuário do Açu. Dessa vez quem fez o alerta foi o geógrafo Marcos Pedlowski, doutor em Environmental Design And Planning - Virginia Polytechnic Institute and State University, dimensionando o impacto ambiental na região, interferindo na qualidade da água e prejudicando o solo fértil, contaminados pelo aumento expressivo de salinidade. Segundo o especialista, os danos podem ser irreversíveis para a natureza e, consequentemente, para a economia do lugar, que tem sua base na agricultura e pecuária. Para Pedlowski, a devastação ambiental no Porto do Açu pode representar uma das maiores tragédias dessa natureza no estado. A contaminação aconteceu durante as perfurações e extração do sal para a construção do complexo, por uma falha técnica em um dos tanques de transferência que provocou o derrame de água salgada para os córregos, rios e propriedades de pequenos agricultores. A geografia íngreme da área contribuiu para o derrame da água salgada em direção às fontes doces.

O vice-presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de São João da Barra (Asprim), Rodrigo Santos e a moradora Noêmia Magalhães, de 66 anos, vão liderar os debates no Encontro das Comunidades em Resistência ao Projeto Minas-Rio. Noêmia é uma das proprietárias que resiste às intimações da LLX e Codin. Apesar de ter recebido a citação de desapropriação da sua propriedade, ela diz que não vai sair das suas terras com tanta facilidade e já entrou com recurso contra o governo estadual. “O que está acontecendo aqui no Açu é uma atrocidade que o mundo precisa saber. Um crime contra a população e a natureza. Estamos aflitos, não conseguimos deitar a noite e dormir em paz, por isso estamos adoecendo. Ainda vai morrer mais gente por causa das irregularidades que a Codin e a empresa do Eike Batista estão cometendo. Eu não vou sair da minha casa, não vou”, disse. Ela pretende dizer às pessoas que passam pelo mesmo drama em Minas Gerais para não entregarem as suas casas e procurarem as delegacias para fazer registros de ocorrência dos casos de violação.

O evento teve a sua abertura às 17h desta sexta (23), com a chegada dos grupos mineiros e formação de mesas de debates. Participam o professor e engenheiro do Instituto Federal Fluminense, Roberto Moraes, que desenvolveu estudos de campo na região do Açu, com foco no meio ambiente e social, além de membros da Defensoria Publica dos estados de Minas e de Campos dos Goytacazes, no Rio. Os resultados do encontro serão divulgados na próxima semana e apresentados na audiência pública que deve acontecer em setembro, na Alerj, solicitada pela Comissão de Direitos Humanos da casa.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Grupo Espanca! entra em cartaz com o Congresso Internacional do Medo, no Teatro Alterosa

Vale a pena conferir! 



Grupo Espanca! promove curta temporada do espetáculo Congresso Internacional do Medo, no Teatro Alterosa

O Grupo Espanca! volta a se apresentar na capital mineira depois de um ano fora dos palcos de BH(desde a temporada de O Líquido Tátil). Durante esse período, o Espanca! passou por cidades como Salvador, Rio de Janeiro (temporada com 4 espetáculos), São Paulo, Curitiba, Brasília, Ouro Preto e Garanhus.

 Além disso, o grupo desenvolveu durante todo o primeiro semestre de 2013, o projetoTeatro Espanca Aberto Para, que ocupou o Teatro Espanca! com uma série de eventos e atividades, de todas as áreas. O espetáculo Congresso Internacional do Medo poderá ser visto nos dias 14, 15 e 16 de setembro, no Teatro Alterosa. A apresentação do dia 14 integra a programação da Virada Cultural de BH, promovida pela Fundação Municipal de Cultura.

SOBRE O ESPANCA!

Sediado em Belo Horizonte, o Espanca! foi fundado em 2004 e, desde então, concebeu projetos e trabalhos ancorados na busca por uma arte contemporânea que reavalie ética e conceitualmente sua linguagem.

Com os espetáculos “Por Elise”, “Amores Surdos”, “Congresso Internacional do Medo” e “Marcha Para Zenturo”, o grupo criou, em parceria com artistas de linguagens distintas, um repertório de trabalhos originais com peças escritas por Grace Passô, que buscam, sobretudo, não reduzir as condições do homem de forma facilitadora. Dentre os prêmios e indicações já recebidas pelo grupo, estão o Prêmio Shell SP, SESC SATED MG, SIMPARC MG, Qualidade Brasil e APCA.

CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO

No terceiro espetáculo do Grupo Espanca!, de Belo Horizonte (MG), convidados vindos de lugares distantes do mundo integram um encontro internacional na tentativa de conceituar questões que dizem respeito à humanidade. A ideia de montar o espetáculo nasceu da leitura de um poema de Carlos Drummond de Andrade que contém, já em seu título, uma informação suficientemente poética para o teatro: Congresso Internacional do Medo. O título disparou no grupo a instigante possibilidade de construir, via linguagem teatral, um congresso com países, línguas e filósofos inventados na tentativa de encontrar o grande tesouro do conhecimento humano, através da ciência ou da simples contemplação da natureza. Entre suas conclusões, está a amedrontadora constatação de que somos efêmeros e provisórios.

Com direção e texto inédito de Grace Passô, a montagem estreou em 2008, no Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte – FIT-BH, e percorreu os principais festivais de teatro do país. Foi, por unanimidade, vencedor do II Projeto de Co-produção do Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil. O grupo convidou para a peça novos e antigos parceiros artísticos: os atores Alexandre de Sena, Gláucia Vandeveld e Mariana Maioline (que também está em Amores Surdos); os bailarinos Izabel Stewart, Marise Diniz e Sérgio Penna; Adélia Nicolete, assessora dramatúrgica; Fernanda Vidigal, assistente de direção; Renato Bolelli, integrante do Grupo XIX de Teatro (SP) e Nadja Naira, da Companhia Brasileira, (PR) trabalharam respectivamente na direção de arte e na criação de luz. Além desses, o trabalho conta com a parceria do Superficie.org, criador das mídias digitais - um estúdio de arquitetura e design digital especializado em projetos de exposições e intervenções com viés tecnológico e de interação com o usuário, além de webdesign e webart. Superfície.org é composto por uma pequena equipe de designers, arquitetos e programadores, atuando em áreas intersticiais que tocam a produção de espaço, o acesso a informação e o uso da tecnologia da informação e comunicação.



Ficha Técnica:

Direção: Grace Passô

Dramaturgia: Grace Passô (em processo colaborativo com o grupo)

Atores: Alexandre de Sena (Doutor José), Gláucia Vandeveld (Tradutora), Gustavo Bones (Tusgavo Tapbista), Izabel Stewart (Payá), Marcelo Castro (Trumak), Mariana Maioline (Reluma Divarg), Marise Dinis (Dançarina), Sérgio Penna (Dançarino)

Assistência de Direção: Fernanda Vidigal

Direção de Arte: Renato Bolelli

Assistente de Cenografia: Viviane Kiritani

Assistente de Figurinos: Gilda Quintão

Iluminação: Nadja Naira

Arranjos Sonoros: Alexandre de Sena

Música da Tribo: Daniel Soares Diazepam

Vídeo: Roberto Andrés e Leandro Araújo - superfície.org

Preparação Vocal: Camila Jorge e Mariana Brant

Técnico e Operador de Luz: Edimar Pinto

Cenotécnico: Joaquim Pereira

Costureira: Mércia Louzeiro

Produção: Aline Vila Real

Realização: Grupo Espanca!

Classificação: 12 anos

Duração: 60 minutos



Este espetáculo foi realizado através do II Projeto de Co-Produção do Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil.