Eu amo poesia. Acho a poesia uma forma de expressão de extrema delicadeza. Até mesmo quando fere, ironiza, contesta ou revela sofrimento e dor. Ela possui rítmo, cadência e, acima de tudo, sentimento. Acho difícil alguém escrever uma poesia sem sentir a emoção das palavras colocadas sobre o papel ou mesmo em uma tela de computador.
 
Vou confessar que a poesia me encanta de tal forma que às vezes me arrisco  a escrever versos. E o mais inexplicável é que nesses momentos de inspiração, os versos costumam saltar de meus pensamentos de forma irrefreável, diretamente para a tela do  computador ou mesmo para um simples pedaço de papel. Parece mágica a inspiração e, muitas vezes, incontrolável. E quando assustamos, o milagre se concretiza através de palavras seguidas que insistem em revelar nossas emoções  mais íntimas. E assim surge a poesia. Pelo menos a minha poesia surge assim. De forma impulsiva. E como já dizia a cultura popular, de poeta, médico e louco, todos temos um pouco.  
Também admiro as pessoas que têm coragem de assumir que escrevem poesias e que nem sempre se consideram poetas. É que sinto que de todas as formas literárias, a poesia, injustamente, é a menos valorizada. Talvez por ser a mais reveladora dos sentimentos e emoções humanos.  
E por falar em poesia, nesta semana, recebi uma nova carta da Vovó Juracy, ouvinte assídua do programa  Revista da Tarde, moradora de Lagoa Santa- MG, onde  ela agradecia-me por ter lido os versinhos  dela no ar. Os mesmos versinhos que postei  neste blog, no dia 02 de janeiro de 2009, sob o título “Leia os versinhos da vovó Juracy”. Versos lindos, compostos de grande sensibilidade, assim como me parece ser essa delicada senhora.
Ela também disse-me nessa carta, que juntamente com  os  familiares, visitou este blog e que todos acharam “um barato” ver os versinhos dela postados aqui. 
E é com grande prazer que compartilho novamente, com você, esta outra linda poesia  que a vovó Juracy me enviou. Trata-se de  um  soneto, escrito por ela em 1947, quando tinha apenas 13 anos de idade.
Soneto ao amor que veio
                      Juracy Lopes Gonçalves
Este calor,este tormento, este frio
Que me toma e transfigura
Que me transborda de ventura
E ao mesmo tempo de vazio
Esta crença, esta agonia, este mal
Assim tão cheio de amargura
Este enlevo, este anseio que tortura
Que sonha e repele um ideal
Eu sei que é amor que veio e insiste
Nesta vontade  enorme e triste
De ter paz, carinho e bem-estar
Amor que não é sonho, nem ilusão
Que ilumina e acelera o coração
Que me faz rir, se eu não estivesse a chorar
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Obrigada, mais uma vez, vovó Juracy, pelo seu carinho e  por compartilhar, tão generosamente, suas emoções e inspirações com todos nós. Um beijo carinhoso.
Um comentário:
PARABENS vovó juraci, vc é uma poetisa!!!
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