domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quanto custa a privatização?


Muitos brasileiros adoram defender a privatização do sistema de telefonia imposta ao povo pelo governo demo-tucano FHC e argumentam que esse processo resultou na ampliação da oferta desse tipo de serviço. Entretanto, na minha opinião, essa ampliação iria ocorrer de qualquer forma, com ou sem privatização, já que os avanços tecnológicos e mercadológicos são inevitáveis e irreversíveis .

Além disso, muitos desconhecem que o custo da privatização, enfiada goela abaixo de cada cidadão brasileiro, foi elevadíssimo para o país, haja vista que FHC saneou nossas empresas de telecomunicações com dinheiro público para depois entregá-las arrumadinhas e quase de graça para os investidores, principalmente internacionais, lucrarem.

E o pior de tudo isso é que hoje somos reféns dessas empresas que oferecem serviços de má qualidade, um péssimo atendimento aos usuários além de tarifas verdadeiramente elevadas. Leia a matéria abaixo feita pelo Valor Econômico e confira os dados que mostram que tenho razão.


Brasil tem tarifa mais cara de celular, diz UIT

GENEBRA – O consumidor brasileiro continua a pagar a fatura mais cara do mundo pelo uso do telefone celular, de acordo com o índice de Paridade de Poder de Compra (PPP), apesar de estar gastando menos de sua renda com esse serviço. É o que mostra a União Internacional de Telecomunicações (UIT) numa comparação entre 159 países.

O preço da tarifa do celular no Brasil caiu 25%, da banda larga 52% e da telefonia fixa 63%, levando em conta a renda per capita, que aumentou. Mas o relatório da UIT mostra que esses custos continuam elevados e representam ” sério obstáculo ” ao acesso e desenvolvimento das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) no país. A utilização de TIC aumenta no mundo, enquanto os preços caem. A demanda é mais forte nos países em desenvolvimento, onde as operadoras devem continuar investindo.

Segundo a entidade, o custo de uso de banda larga caiu 42% no mundo, comparado a 25% para celular e 20% para tele fonia fixa. A UIT calcula que 57% das pessoas nos países em desenvolvimento tenham agora acesso a celular, comparado a 23% há cinco anos. Os usuários de celular chegarão a 5 bilhões no fim do ano, segundo a entidade. Nos países desenvolvidos, a penetração é de mais de 100%.

Sem surpresa, a população dos países ricos gasta menos de sua renda, em percentual, para ter acesso a tecnologia, do que os consumidores dos países em desenvolvimento. O índice coloca a Suécia como o país mais desenvolvido em termos de acesso, uso e conhecimento de TIC, seguido por Luxemburgo, Coreia do Sul, Dinamarca e Holanda. Os Estados Unidos ficam na 19ª posição, atrás da França. O Brasil continua em 60º lugar no Índice de Desenvolvimento de TIC. A classificação é a mesma do ano passado.

O brasileiro continua a pagar mais na comparação internacional, apesar de desde o ano passado destinar menos de sua renda para os serviços de telecomunicações. Um preço-chave, para a UIT, é o uso de internet veloz, que continua a ser um luxo reservado a poucos. No Brasil, o preço do pacote de banda larga leva em conta o custo da assinatura e ficaria em média em US$ 34 em paridade de poder de compra (PPC), comparado a US$ 7 em Israel e US$ 20 nos EUA. A PPC corresponde a taxa de câmbio entre duas moedas, calculada conforme a quantidade de cada moeda que é necessária para comprar um determinado produto e serviço idêntico no país.

No caso do telefone celular, o Brasil fica em 121º lugar entre os 159 países no custo dos serviços. Mas levando em conta a paridade de poder de compra, fica em último. O custo por um pacote de 25 chamadas e 30 torpedos é estimado em US$ 42 por mês, comparado a US$ 1 em Hong Kong, US$ 9,8 na Suíça e US$ 14,6 no México. A taxa de penetração de celular no Brasil está próxima da taxa de oito anos atrás na Suécia, por exemplo. Para a UIT, isso está claramente ligado aos custos do s serviços no país, apesar da redução na tarifa em 2009. O estudo revela diferenças enormes nos preços entre países. No caso da telefonia fixa, o pacote básico no Brasil custa US$ 13,4 pela assinatura, enquanto no Irã seria de apenas US$ 0,20. A média é de US$ 9 nos países em desenvolvimento.

(Assis Moreira | Valor)

4 comentários:

Pedro disse...

muito legal ler essa matéria aqui, pois justamente AGORA também eu acabei de ler uma reportagem da revista ÉPOCA desta semana (1º de março) onde eles abominam a idéia de uma estatal que poderia levar internet mais rápida aos brasileiros.
quem dera se mais blog's como o seu entrassem nas casas dos brasileiros com a mesma facilidade que revistas como ÉPOCA e VEJA tbm entram. bom, tenho que confessar que elas entram na minha casa tbm (como disse eu acabei de ler), mas nem por isso eu a engulo como sendo "A VERDADE ÚNICA".
se ao menos a população tivesse acesso ao "outro lado da moeda", talvez poderia escolher com mais democracia o que melhor lhe serviria.
eu penso que a imprensa que manipula as pessoas de forma vil e camufla suas próprias atitudes imorais deveria simplismente: evaporar. pena q não acontece...

entro sempre no blog! =)
leitura facil e boa!

Déborah Rajão disse...

Oi, Pedro, adoro saber que tenho leitores como você:Conscientes e com visão crítica.
Já que você falou da mídia, aconselho que leia a matéria feita por uma jornalista da Carta Capital, que para mim é a única revista confiável do nosso país.
A reportagem é sobre um fórum que reuniu os donos da grande mídia brasileira entre outros representantes da elite, que não se conformam de estar fora do poder e que estão dispostos a uma guerra midiática e mentirosa para tentar voltar ao poder.
Vale a pena conferir, pois ai, sim, você verá que não devemos e não podemos confiar em nossa grande imprensa. Este é o link: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=125086&id_secao=6

Um grande abraço e tudo de bom. Aguardo mais participações suas aqui.
Com carinho,
Déborah

Pedro disse...

impressionante, dá até medo desse povo...

obrigado pelo link debora, já o coloquei no meu "favoritos".

agora, sobre a revista "carta capital" sei que é de qualidade sim, mas e sobre a "caros amigos", o que pensa sobre ela? possui qualidade?

desde ja obrigado de novo!!!
=)

Déborah Rajão disse...

Olha, Pedro, a revista Caros Amigos é sim, confiável. SAiba mais sobre ela no http://pt.wikipedia.org/wiki/Caros_Amigos. Acho que vale a pena essa leitura. Ela já foi, inclusive, três vezes agraciada com o prêmio vladimir Herzog de jornalismo.
Portanto, acho que é sim, uma revista que merece ser lida por todos.
Um grande abraço.

Déborah