quinta-feira, 21 de junho de 2012

Morro do Pilar e Santa Maria do Itabira: a bola da vez

Morro do Pilar

Santa Maria do Itabira


Mais uma mineradora vai se instalar na região da Serra do Espinhaço. Agora, a bola da vez são os municípios de Morro do Pilar e Santa Maria do Itabira que vão sofrer os graves impactos provocados pela desenfreada exploração mineral  no Estado. 

Conceição do Mato Dentro já está sofrendo com a instalação da mineradora Anglo American  e agora mais uma empresa, a Manabi, se instala nos Municípios vizinhos de Morro do Pilar e Santa Maria de Itabira.

Sugiro aos moradores dessas cidades que comecem a se preparar para a luta, que fiquem atentos e procurem se informar sobre seus direitos,  pois os impactos provocados por esses empreendimentos minerários são muito graves e trazem muito sofrimento à população.

Leia a matéria abaixo, que tem um enfoque apenas econômico sobre o assunto




Nova mineradora investirá em MinasRecurso de US$ 2,8 bilhões será destinado ao projeto para explorar ferro em Morro do Pilar e Santa Maria do Itabira
Marta Vieira

Publicação: 21/06/2012 06:00 Atualização: 21/06/2012 06:46

Executivos da Manabi Holding – mineradora criada no ano passado por ex-executivos da Vale e da MMX e investidores canadenses e americanos – se reuniram ontem com técnicos do governo de Minas para discutir detalhes finais de um acordo que apoia o investimento bilionário preparado pela companhia no estado. A Manabi adquiriu em 2011 reservas de minério de ferro de Morro do Pilar e Santa Maria do Itabira, na Região Central mineira. Segundo uma fonte do setor que acompanha as negociações com o governo estadual, o orçamento do projeto está dimensionado em US$ 4,1 bilhões, dos quais cerca de US$ 2,8 bilhões serão destinados ao complexo de mineração em Minas.

O empreendimento deverá ser formalizado em julho, por meio de protocolo de intenção do investimento a ser firmado no Palácio Tiradentes. Na segunda-feira, a mineradora enviou comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando sobre entendimentos com o governo do Espírito Santo para a construção de terminal portuário próprio no município de Linhares, que terá como principal carga o minério de ferro que a Manabi vai explorar nas jazidas mineiras, além de granéis sólidos e líquidos de terceiros.

A empresa informou que não vai se pronunciar sobre o projeto em razão das imposições da CVM. Para viabilizar o seu projeto no Brasil, a companhia enviou ao órgão regulador do mercado de capitais pedido de análise para oferta pública de ações. O complexo para a extração e beneficiamento de minério de ferro contempla uma produção estimada em 31 milhões de toneladas anuais a partir de 2016, sendo 25 milhões de toneladas na mina de Morro do Pilar e outros 6 milhões de toneladas na reserva de Morro Escuro, em Santa Maria do Itabira.

O projeto é um dos maiores em volume no estado, superior aos 26,5 milhões de toneladas do complexo Minas-Rio da multinacional Anglo American em fase de obras no município de Conceição do Mato Dentro. A Manabi iniciou em abril o licenciamento ambiental de seu projeto e firmou com a mineradora Vale entendimentos para negociar o escoamento do minério pelos trilhos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) até o litoral capixaba.

A logística estudada pela Manabi considera a construção de um mineroduto de cerca de 150 quilômetros ligando a mina de Morro do Pilar a Ipatinga, no Vale do Aço, de onde o insumo seguiria por ferrovia até o Espírito Santo. O trajeto em direção ao porto de Linhares seria complementado por um ramal ferroviário de 90km.

Todo o minério de Morro do Pilar terá como destino a exportação, enquanto a reserva de Morro Escuro atenderá o mercado interno. A expectativa é de que o projeto abra 2 mil empregos diretos nas operações, sendo 1,5 mil no complexo minerador. A despeito da crise na Europa e do crescimento menor na China e nos Estados Unidos, a Manabi, ainda segundo a fonte ouvida pelo Estado de Minas, se ampara em boas perspectivas de vendas, tendo em vista a qualidade considerada premium de suas reservas. Depois de passar pela etapa de processamento, o minério de ferro sairá das minas com teores de 68% de ferro, ideais para uso direto nos altos-fornos da indústria siderúrgica.

2 comentários:

dayse soares disse...

Infelizmente quem tem o maior poder de lutar por nossa cidade(os prefeitos )estao mais interessados nos lucros que vao obter de forma licita ou nao atraves dessas mineradoras.E a maior parte da populaçao não possui nenhum conhecimento cultural sobre o assunto e se deixam levar pelas promessas de empregos e capital de giro que se instalara na cidade.

Mári disse...

Apesar do que se noticia na mídia, a nova mineradora, Manabi, detém apenas a propriedade do subsolo. Não tem nenhuma das 3 licenças ambientais exigidas para esse tipo de empreendimento. Logo, AINDA HÁ TEMPO DE EVITARMOS ESSE DESASTRE. E é o que um pequeno grupo da comunidade santa-mariense tem feito: se reunido semanalmente para discutir ações que impeçam essa exploração na cidade. A primeira ação pública acontecerá no dia 7 de setembro, bem na Serra do Morro Escuro, quando será celebrada a Missa do Grito dos Excluídos e lançada, oficialmente, a campanha "Salve o Morro Escuro!". Precisamos da ajuda de todos nessa difícil tarefa. Dinheiro não é sinônimo de progresso!!! Mariane Gomes