Eu mesma faço minhas unhas e modéstia à parte, faço com cuidado e ficam ótimas. Mas, de vez em quando, fico com preguiça de fazer em casa e acabo indo ao salão. Porém, sempre que vou, levo meus próprios aparelhos para serem utilizados pela manicure. Levo o alicate, o ferrinho de empurrar cutícula, a lixa e o pauzinho de laranjeira para limpar o excesso de esmaltes.
Também sempre comento com a manicure que todas as pessoas deveriam levar seus próprios aparelhos, pois assim, evitariam a contaminação de várias doenças graves como Aids e os diversos tipos de hepatite e ainda ajudariam a manicure a economizar o dinheiro que gastam para amolar os aparelhos do salão.
Da última vez que comentei sobre isso com uma manicure chamada Ingrid, ela disse:- "Eu também acho...mas, infelizmente, poucas pessoas trazem seu próprio material e quando trazem, os alicates não são amolados e ficam difíceis de serem usados..."
Expliquei para ela os riscos que ela também corria de ser contaminada por essas doenças que citei acima e mais uma vez percebi que, assim como a maioria das profissionais, ela também não sabia nada sobre o assunto, sobre a forma correta de se esterilizar e usar os materiais cortantes, sobre como prevenir doenças contagiosas...
Há pouco tempo li uma reportagem que falava sobre o grande número de profissionais de salão de beleza de São Paulo que estariam contaminadas pelo vírus da Hepatibe B, em função da falta de conhecimentos técnicos inerentes à profissão. Se em São Paulo, que é a maior cidade brasileira, a situação é tão grave, imagine em outros locais onde as pessoas nem sempre têm acesso a informações.
Por isso, achei super importante a iniciativa do Ministério da Saúde, que vai distribuir uma cartilha para orientar profissionais e clientes de salão sobre como prevenir principalmente a hepatite, conforme mostra a matéria abaixo, da Agência Brasil:
Manual vai orientar manicures para prevenção de hepatite
O Ministério da Saúde lançará cartilha para manicures e pedicures com orientações para a prevenção da hepatite, de acordo com a Agência Brasil.
Neste mês, as manicures e pedicures passaram a integrar os grupos prioritários para vacinação contra hepatite B, junto com caminhoneiros, grávidas e moradores de assentamentos e acampamentos agrários. São necessárias três doses da vacina. O ministério informa que, depois das três doses, 90% dos adultos ficam imunizados. A vacina está disponível nos postos de saúde do país e pode ser tomada em qualquer época do ano.
Divulgada no ano passado, uma pesquisa revelou que 20% das manicures ouvidas no município de São Paulo têm hepatite B. Das 100 entrevistadas, em salões de beleza das classes alta e de baixa renda da capital paulista, 74% das profissionais não lavavam as mãos entre uma cliente e outra, nem estavam vacinadas contra a doença, 72% desconheciam as formas de contágio e somente 5% usavam luvas descartáveis.
A inclusão as profissionais nos grupos sujeitos a contrair a doença é devido ao uso de instrumentos cortantes, como o alicate, e o contato com sangue. A cartilha tem ainda o objetivo de incentivar as clientes a levar o próprio material na hora de fazer as unhas dos pés e das mãos nos salões de beleza, com alicate, palito de laranjeira, lixa, toalha, creme, esmalte, algodão e acetona.
Além da exposição à doença, a falta de cuidados com a esterilização dos instrumentos de trabalho e o desconhecimento sobre as formas de contágio da hepatite aumentam o risco para as manicures.
De acordo com a enfermeira Andreia Schunck, responsável pela pesquisa, as manicures não têm o hábito de adotar qualquer medida de prevenção, como esterilizar os instrumentos, entre eles, alicates, espátulas ou palitos. O vírus da hepatite B pode ficar dias em uma toalha, por exemplo.
A pesquisadora, que trabalha no Instituto Emílio Ribas da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, disse que as profissionais de institutos de beleza deverão receber orientações sobre o uso de luvas e de material descartável, os procedimentos de esterilização na estufa e a vacina contra a hepatite B, que é gratuita nos postos de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, o manual deverá ser lançado em junho.
A hepatite viral B é transmitida pelo sangue e pela relação sexual sem preservativo. Outra forma de transmissão é o uso de objetos contaminados, entre eles, lâminas de barbear, escovas de dentes, instrumentos de manicures e podólogos e o material usado na colocação de piercing ou realização de tatuagens.
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