O medo do Irineu é de todos nós: !ue um dia a água venha a faltar em Conceição do Mato Dentro e vários outros Municípios vizinhos, por conta da exploração mineral que está tomando conta de toda a região, de forma desenfreada, sem os devidos e necessários cuidados e respeito ao meio ambiente.
Chega a ser revoltante a forma como os licenciamentos vem ocorrendo, onde são priorizados os interesses das empresas em detrimento do meio ambiente e das comunidades.
Considero todas as ações que favorecem desleal e ilegalmente as mineradoras, crimes que deveriam ser punidos severamente, doa a quem doer.
Grupo de estudos listou 540 áreas de conflito ambiental em Minas Gerais
Máquinas já trabalham a todo vapor no topo da serra da Ferrugem
Medo. Irineu mora na comunidade do Gondó desde que nasceu e teme que a mineração acabe com a água usada nas casas da região
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PUBLICADO EM 23/09/13 - 03h00 Jornal O Tempo.
ANA PAULA PEDROSA
Na semana passada, o Grupo de Estudo em Temáticas Ambientais (Gesta) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encaminhou a autoridades e órgãos ambientais parecer no qual aponta o que chama de “equívocos” no processo de licenciamento do complexo Minas-Rio. O grupo pede que a Superintendência Regional de Regularização Ambiental do Vale do Jequitinhonha (Supram Jequitinhonha), que trata do caso, examine o estudo da consultoria Diversus, que aponta 22 comunidades afetadas.
O estudo da Diversus foi realizado em 2010, depois que a Unidade Regional Colegiada (URC) Jequitinhonha, que assim como a Supram integra a Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), determinou que a mineradora custeasse um estudo realizado por uma empresa indicada pela Comissão de Atingidos. Foi elaborada uma lista com três empresas e a Diversus foi escolhida. O laudo, no entanto, ainda não foi examinado pela Supram.
Posteriormente, a Anglo apresentou outro laudo, de outra consultoria, que apontava como atingidas as mesmas duas comunidades identificadas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Este laudo também não foi examinado pela Supram.
A coordenadora do Gesta/UFMG, Andrea Zhouri, diz que é preciso considerar os impactos econômicos e nas relações sociais e ambientais dos moradores. “Não são apenas propriedades. É um modo de vida tradicional, baseado em mútua dependência social e econômica”, diz.
Para ela, a origem de todos os problemas é o fracionamento do licenciamento, que tirou a visão do impacto total do projeto. O mineroduto foi licenciado em âmbito federal, a mina em Minas Gerais e o porto no Rio de Janeiro. A Licença de Instalação (LI), segunda fase do licenciamento, foi dividida em duas etapas.
O Gesta faz um trabalho independente e já mapeou 540 conflitos ambientais em Minas Gerais. Em Conceição do Mato Dentro, que recebe a obra da Anglo, os pesquisadores estiveram na comunidade de Água Quente, onde o abastecimento de água está ameaçado pelo empreendimento. A comunidade será vizinha da barragem de rejeitos.
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