quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cláudio, um brasileiro exemplo de honestidade.


Hoje quero falar aqui sobre um tema que é sempre muito discutido e polêmico em nosso país, que é a honestidade. Nós, brasileiros temos por mania achar que nosso povo não é honesto e ficamos sempre surpresos quando alguém demonstra ser uma pessoa ética e íntegra numa situação em que ela poderia optar por não ser nem uma coisa nem outra.

Afinal, o brasileiro é ou não honesto?

Mesmo sabendo que para cada regra existe uma exceção, eu acredito sim, que o brasileiro é honesto.

E essa minha crença não é injustificada. Vou explicar por quê:

No último domingo meu filho caçula perdeu a carteira dentro do ônibus da linha 9208, quando voltava para casa.

Dentro da carteira havia documentos pessoais, cartões de plano de saúde, do bhbus e da escola além de dinheiro em notas e moedas.

Fiquei muito pesarosa com o fato pois, como todo mundo sabe, é trabalhoso e dispendioso tirar novos documentos.

Na segunda-feira pela manhã, na esperança de encontrar a carteira em algum canto da minha casa, procurei por ela em todos os lugares possíveis e improváveis sem, é claro, alcançar nenhum resultado.

Inconformada, liguei para a empresa de ônibus na esperança de que alguém a tivesse encontrado e entregado ao motorista ou trocador para que devolvessem ao dono.

Liguei uma, duas vezes para a viação Torres, sem sucesso. Já que nada mais restava a fazer, resolvi apelar para a força da mente e então, me concentrei e mentalizei: vou encontrar a carteira, vou encontrar a carteira, vou encontrar a carteira! Pode parecer engraçado mas, foi sério. É que costumo apelar para mentalizações quando quero realizar ou conseguir alguma coisa mais difícil ou até mesmo impossível, com resultados muitas vezes satisfatório.

Por volta do meio-dia, ao ir para o trabalho, passei próximo ao ponto final do ônibus 9208 e conversei rapidamente com o motorista. Expliquei a ele o que tinha acontecido e ele disse que eu deveria fazer o que já havia feito, ou seja, ligar para o ramal de achados e perdidos da empresa Torres.

No percurso até a Rádio Inconfidência fui olhando pelo chão ainda na esperança de achar a carteira do meu filho, quem sabe jogada em algum canto, no meio-fio ou até mesmo no meio da rua.

Ao chegar à rádio, comentei com alguns colegas sobre o acontecido, disse que estava chateada e que achava impossível recuperar a carteira, pois havia dinheiro também e que se alguém a tivesse encontrado não iria devolvê-la.

Após desabafar com meus colegas comecei a pensar nos passos que meu filho teria que percorrer para recuperar todos seus documentos. Mas, fazer o quê? O jeito era conformar, não é mesmo? Então, desliguei-me do assunto e relaxei.

Ao final do dia, quando acabara de chegar da aula de dança, meu marido, que estava no nosso quarto, atendeu a um telefonema no celular, foi até à sala e disse: -Acharam a carteira do Tomás. Eu disse eufórica: - O quê? Não acredito! Mesmo? Verdade? Só pode ser um milagre!

Realmente eu não via nenhuma possibilidade concreta de recuperar a carteira! Fiquei realmente surpresa!

Meu marido disse ainda: -A pessoa que a encontrou se chama Cláudio e trabalha no prédio do Tribunal de Justiça de MG. Amanhã você vai até lá e pega com ele.

Fiquei ainda mais surpresa ao saber que o “salvador da pátria” trabalhava justamente em um prédio que ficava de frente ao edifício da Rádio Inconfidência. Muita coincidência!

Na terça-feira, fui até o Tribunal de Justiça procurar o Cláudio. Ele trabalha lá como porteiro é uma pessoa super legal, simpática e acima de tudo, honesta. Quis recompensar-lhe pelo imenso favor que fez e ele não aceitou nada. Então, apenas lhe disse: -Deus lhe pague pela sua honestidade. E ele respondeu: - Qualquer coisa, estamos aqui!

Ele conseguiu entrar em contato com a gente porque meu marido, prevenido como ele é, providenciou para cada membro da família um papel plastificado com os números de telefone de pessoas da família, para serem contactadas em caso de perda ou emergência..

Cláudio entregou-me a carteira como a encontrou. Com todos os documentos , notas e moedinhas e ainda disse ao devolvê-la: olha, tive que abrir a carteira para ver se tinha o nome ou telefone de alguém, viu?

Realmente, fiquei muito feliz e agradecida a ele. Feliz, principalmente, por ver que ainda existem pessoas boas e honestas neste mundo.

Nesta quinta-feira, voltei a encontrar o Cláudio. Passei no TJMG para levar um presentinho para ele, como forma de selar nossa admiração pela atitude que ele teve.

E agora, mais uma vez , quero deixar aqui meu agradecimento e minha admiração a esse homem. Seu ato, Cláudio, servirá de exemplo para todos nós para o resto de nossas vidas! E mostra que, devemos, sim, continuar acreditando na honestidade do povo brasileiro.

2 comentários:

Cacá disse...

Bom dia querida.

Todos nós nascemos puros.
A maneira de como interagimos em sociedade,podemos ou não perder essa pureza natural.
A maioria dos cidadãos brasileiros é honesta.
Por outro lado, essa minoria que busca o inatingível sempre, já perdeu o conceito ético, moral e de honestidade há muito tempo.
Felizes dos Cláudios, Joãos, Manés e Josés que conservam o conceito natural de ética, moral e honestidade.

~*Rebeca*~ disse...

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