Eu adoro fazer compras no Mercado Central de Belo Horioznte. Sempre é um prazer andar por seus corredores, comprar queijo, condimentos, ervas e comer suas deliciosas empadinhas.
A única coisa que não gosto no Mercado Central é a seção dos animais presos em gaiolas pequenas à espera de um dono que lhes compre e leve para casa. Acho que essa é a mácula do Mercado Central de BH e se eu fosse os administradores de lá acabaria com a venda de animais no local.
No mais, admiro a dinâmica do local, um lugar gostoso de se passear e fazer compras específicas numa manhã de sábado ou domingo.
O Mercado Central é um pedaço da história e da cultura de Belo Horizonte e dos mineiros, principalmente quando o assunto é a gastronomia.
E hoje ele completa 81 anos de existência e até um ganhou um bolinho de 420 quilos para comemorar a data.
Veja a reportagem do Uai sobre o assunto:
Mercado Central de BH comemora 81 anos
Daniela Galvão - Estado de Minas
A comemoração no aniversário do Mercado Central de BH já se tornou tradicional |
Um bolo gigantesco, de 420 quilos, para marcar os 81 anos do Mercado Central, o ponto de encontro mais tradicional de Belo Horizonte, em uma comemoração que já se tornou tradicional e a cada ano atraí um número maior de pessoas. Além do bolo, fogos de artifício, 400 litros de refrigerante, música, alegria e confraternização entre comerciantes e frequentadores do local. Depois do parabéns e da distribuição do bolo e dos refrigerantes, a banda Universo em Desencanto percorreu os corredores do centro de compras apresentando um repertório musical variado e espalhando o clima de festa por todo o lugar.
Atualmente, o Mercado Central conta com 400 lojas de diversos ramos de atividade e recebe aos fins de semana cerca de 75 mil pessoas. A maior concentração ocorre aos sábados, quando mais de 56 mil visitantes aproveitam para fazer compras, tomar uma cerveja e degustar pratos típicos como o tropeiro, e jiló com fígado. Luiz Carlos Braga, superintendente do espaço, destaca a mistura de modernidade e tradição que atrai gente de todas as regiões da cidade, além dos turistas que visitam Belo Horizonte.
“O mercado cresceu com a capital, se modernizou, mas também mantém intactos o glamour e tradições como a compra em cadernetas e a entrega das mercadorias em casa, como era feito há muitos anos”, explica Luiz Carlos. Ele acrescenta que o principal desafio agora é a expansão vertical: “Hoje temos 420 vagas de estacionamento em apenas um nível e outras 34 em um terreno que fica aqui em frente. Contratamos uma empresa, que já está fazendo um estudo de viabilidade para esse crescimento. A intenção é criar pelo menos mais dois níveis de estacionamento”, informa.
Conforme Luiz Carlos, a expectativa é de que o levantamento esteja concluído em um prazo de 60 dias. A partir de então será feita a análise de viabilidade financeira. “O custo para essa expansão é de mais de R$ 10 milhões. Buscaremos parceiros para a realização desta obra. Acredito que, até a Copa de 2014, estejamos com pelo menos parte da ampliação concluída”.
Frequentadora do espaço há 61 anos, a agente de turismo Zilmar dos Santos Fonseca, de 79, se emocionou quando recebeu o primeiro pedaço do bolo. “Fiquei muito feliz, porque vim aqui comemorar essa data tão importante para o mercado e para todos nós. Venho aqui todas as semanas para comprar queijos, encontrar os amigos e degustar tira-gostos”, comenta.
Para Alexandro Pereira da Silva, de 31, o Mercado Central representa um pedaço de sua terra natal dentro de Belo Horizonte. Ele diz que é de Monte Azul (Região Norte) e aqui encontra carne seca, requeijão e os mais variados queijos. “Quando venho aqui mato a saudade da minha cidade. Quando visitei o mercado pela primeira vez fiquei surpreso com o tamanho dele. Hoje trouxe minha família para participar da festa dos 81 anos”.
História
O mercado foi criado pela administração municipal em 7 de setembro de 1929, para centralizar o abastecimento da cidade. Porém, em 1964, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou que não tinha mais como mantê-lo e o colocou à venda. Os comerciantes se mobilizaram e, com muitas dificuldades, conseguiram comprar o local, que era descoberto. Depois da compra, conseguiram recursos para a reforma e a construção do galpão coberto.
Um dos mais antigos lojistas do local, o comerciante Percy Rosa de Miranda, de 80, que está no mercado há 56 anos, lembra que, como todos precisavam trabalhar, a solução encontrada para a maioria foi contrair empréstimos para comprar o espaço. “Ninguém tinha dinheiro, mas precisávamos lutar para que o Mercado Central ficasse conosco. Minha vida é aqui”, se emociona.
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