O Globo
Um megaônibus que anda por cima dos carros é a sugestão chinesa para aliviar os engarrafamentos que atormentam a maioria das metrópoles do planeta. Sob o argumento de que ônibus normais só pioram a situação e o metrô é caro e demorado para ser construído, a Shenzhen Hashi desenvolveu o "Ônibus Rápido 3D", que lembra um trem elevado correndo por sobre os bordos da pista.
O ônibus 3D tem entre quatro e 4,5 metros de altura e dois andares: no de cima ficam os passageiros enquanto veículos de até dois metros passam por baixo. Ele usa energia elétrica ou solar, chega a 60km/h e pode transportar até 1.400 passageiros. A empresa calcula que o meio de transporte possa reduzir engarrafamentos em 20 a 30%.
Segundo Song Youzhou, presidente da Shenzhen Hashi, a adaptação de 40 km de vias para o veículo leva um ano, enquanto a mesma distância de metrô consome três vezes mais tempo. Construir o ônibus e 40 km de vias para ele sai por 500 milhões de yuans (cerca de US$ 74 milhões), ou 10% do custo de um metrô.
Para implantar o projeto é preciso remodelar as vias públicas e construir estações de embarque e desembarque. Nas ruas, pode-se construir trilhos nas bordas das pistas, o que economiza 30% de energia, ou pintar linhas brancas que são seguidas pelo piloto automático do ônibus.
Os ônibus são condutores elétricos e dois trilhos no alto deles correm para permitir que a energia seja recarregada enquanto ele anda. A energia do ônibus é recarregada a cada parada, enquanto ele pega passageiros.
Segundo Youzhou, esse sistema é capaz de economizar até 860 toneladas de combustível por ano, reduzindo 2.640 toneladas de emissões de carbono no mesmo período. Além disso, eles não precisam de estacionamento, pois podem ficar parados no ponto final sem atrapalhar o trânsito.
O novo megaônibus foi apresentado pela primeira vez durante a 13ª Exposição Internacional de Alta-Tecnologia de Pequim, em maio. O modelo será colocado em uso no distrito de Mentougou, em Pequim. Já estão projetados 186 km de vias adaptadas, que começarão a ser construídas no final do ano.
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