quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Álcool e tabaco são piores que maconha, LSD e ecstasy, diz especialista


As chamadas drogas lícitas, aceitas e até mesmo o uso incentivado pelas pessoas, são as que mais matam e fazem estragos na sociedade. Mesmo depois da lei seca, as pessoas continuam bebendo, morrendo e matando no trânsito. A fiscalização praticamente não existe mais. As propagandas de bebidas alcóolicas continuam em todos os canais de tv, protagonizadas sempre por mulheres belas e associadas às conquistas, prazer e ao sucesso. Propagandas voltadas principalmente para os jovens, seres em formação e passíveis de todo tipo de influência.

Ainda em 2003, a revista Época divulgou uma reportagem onde falava sobre uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, feita em parceria com o hospital Miguel Couto. O estudo levantou que cerca de 30% das vítimas de acidentes de carro que deram entrada no hospital tinham bebido ou se drogado. O pior é que mesmo depois de vários anos e de novas leis, esses números só aumentam.

Pela mesma pesquisa, usada como referência por aquele hospital, nada menos que 55% de todos acidentes com carros provocados por bebidas ou drogas aconteceram nas noites de sexta-feira, sábado e domingo.

É possível concluir que os acidentes ocorrem com mais freqüência quando as pessoas saem de bares, festas ou boates, mas o difícil é transformar o resultado final em números. Não há no país grandes estatísticas sobre vítimas de acidentes de trânsito. Desta forma, é impossível levantar o número real de mortos e feridos por causa da associação de álcool ou drogas com automóveis.

A embriaguez é a principal causadora de acidentes de automóveis apontada pelos médicos. Eles estimam que, para cada pessoa que é atendida por causa de acidentes de trânsito, três nem chegam aos hospitais. Isso porque não se machucaram, tiveram lesões leves ou, simplesmente, morreram no local.

O álcool provoca três estados mentais bastante distintos: euforia, confusão e depressão. Após as primeiras doses, o motorista se sente todo-poderoso. Eufórica, a pessoa perde o medo e o bom senso. Fica confiante, pisa fundo no acelerador e faz manobras ousadas.

O estágio seguinte é marcado pela confusão mental, que reduz o raciocínio e os reflexos. Por fim, o motorista embriagado entra em depressão, fica desatento e cansado, podendo até dormir. É a fase na qual ocorre a maioria dos acidentes. Sonolento, o motorista perde a capacidade de reação.

Tudo isso pode acontecer com uma pessoa que tenha no organismo cerca de 0,6 mg de álcool por litro de sangue. Isso equivale a uma pessoa de 70 quilos consumir três latas de cerveja ou três doses de uísque. Mas é só um exemplo médio, que varia de acordo com a massa corporal, a sensibilidade ao álcool e até o estado emocional de cada um. Assim, o recomendado pelos médicos é não beber antes de dirigir. (Fonte: revista época de 01-05-2003)

E nesta quinta-feira, foi divulgada pela Folha de São Paulo, uma matéria da Efe de Londres, que mostra a importãncia de se rever os conceitos sobre o álcool e o tabaco. Leia:

O álcool e o tabaco causam mais danos à saúde do que algumas drogas ilegais como a maconha, o LSD e o ecstasy, segundo David Nutt, professor do Imperial College London e presidente do comitê assessor do governo britânico sobre abuso de drogas.

O especialista acusou os políticos de distorcerem e desvalorizarem os resultados dos estudos científicos no atual debate sobre drogas ilícitas.

Nutt criticou também que alguns boletins tenham publicado relatórios exagerados sobre os supostos danos de algumas dessas drogas.

Segundo o especialista, o álcool deve figurar como a quinta droga mais perigosa depois da heroína, cocaína, barbitúricos e a metadona, enquanto o tabaco aparece em nono lugar.

"A cannabis, o LSD e o ecstasy, mesmo sendo nocivos, estão mais abaixo na lista, em 11º, 14º e 18º, respectivamente", explica Nutt em um documento do Centro de Estudos sobre Crime e Justiça do King's College.

Segundo Nutt, fumar maconha cria um risco "relativamente pequeno" de doença mental, mas o álcool e o tabaco são mais perigosos para a saúde.

Um porta-voz do Ministério do Interior se distanciou das opiniões expressadas pelo cientista.

Reclassificação

O governo britânico realizou no ano passado uma reclassificação dos diferentes tipos de drogas e situou a maconha no mesmo nível das anfetaminas.

Segundo a atual classificação, pertencem à classe A de drogas mais perigosas como ecstasy, LSD, heroína, cocaína, crack, cogumelos alucinógenos e as anfetaminas injetáveis.

Na classe B figuram as outras anfetaminas, além de cannabis e metilfenidato (Ritalina), enquanto na classe C, consideradas as menos perigosas, estão os tranqüilizantes, alguns analgésicos e o cloridrato de cetamina (ketamina).

No Reino Unido, a classificação é importante também no ponto de vista da lei e da sanção penal: a posse de drogas da classe A pode levar a sete anos de prisão e multa ilimitada frente a um máximo de cinco anos para as da classe B e dois anos para as da classe C.

O comércio é punido ainda mais duramente: pode levar à prisão perpétua no primeiro caso e até 14 anos de prisão para classe B e C.

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E você, o que acha sobre este assunto?


7 comentários:

Jane Rajão disse...

Para mim, todas são ruins...Todas são umas drogas. Nesse jogo de comparação nenhuma leva vantagem..só vejo desvantagens. Não há consolo!

Déborah Rajão disse...

Oi, Jane, não se trata de comparar para incentivar o uso. Acho que o objetivo da reportagem é chamar a atenção para o fato de apenas algumas drogas serem consideradas vilãs enquanto o álcool e o tabaco, que são piores e mais nocivos, são liberados e até incentivados pela sociedade.
Agora, com certeza,você tem toda razão: droga é uma droga.
UM BEIJO

Jane disse...

Déborah querida, eu entendo que a intenção da pesquisa não é incentivar o uso. Mas me incomoda as comparações de "menos ruim". A pesquisa deveria falar "o álcool e o fumo fazem tão mal quanto..." Do cabinho de chuchu, que eu fumava no quintal de Tia Cruzinha, para qualquer outra droga pesada o mal para o corpo e a mente é o mesmo.
Eu estou respondendo à pergunta:
E você, o que acha sobre este assunto?

Beijos.

Jane

~*Rebeca*~ disse...

Achei tão interessante essa sua matéria sobre os círculos que indiquei seu post no twitter, espero que não se importe.

Que seu feriado seja abençoado, menina linda.

Rebeca

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~*Rebeca*~ disse...

Néctar da Flor é um blog que sempre soube receber e retornar seus comentários. Nunca deixamos ninguém, por motivo algum, no silêncio de uma visita quando vem à nossa página. Por esse motivo queremos presentear todos os amigos, que assim como nós, sabem acolher qualquer pessoa que chega com gentileza na sua casa virtual. Sem recriminação, sem preconceito, sem frescura.



Simplesmente porque:



Acolhe com o coração!



Beijos jogados no ar, sempre!



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Déborah Rajão disse...

Oi,Jane,

Eu entendi o que vc quis dizer.
Sua participação só vem enriquecer o debate sobre o assunto.
Continue deixando aqui sua opinião, que é muito bem vinda.
Beijos

Déborah Rajão disse...

Olá, Rebeca e Jota Cê, fico feliz que tenham gostado da matéria sobre os círculos ingleses. Realmente eles são fascinantes.
Agradeço por terem divulgado a matéria e o blog pelo twitter.

Também adorei o blog de vocês.
Um ótimo feriado para vocês também.
Um grande abraço e tudo de bom.