quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cansei de factóides.

Depois de vários dias vendo e lendo na primeira página dos sites da considerada grande imprensa brasileira matérias onde a “atual ex-Secretária da Receita Federal” Lina Vieira era colocada como uma santa e vítima de interesses poderosos do governo Lula, finalmente hoje, quinta-feira, 27 de agosto de 2008, a Folha de São Paulo, o G1 entre outros sites mudaram "um pouco" suas manchetes. Considero esses factóides que vêm sendo criados todos os dias pela grande mídia, um desrespeito à inteligência e capacidade crítica dos leitores e só servem, na minha modesta opinião, para derrubar ainda mais a audiência desses veículos, que, cada vez mais, perdem, também, a credibilidade.

Eles usam e abusam do poder que consideram ter, criam demandas falsas, factóides para denegrir a imagem do governo Lula numa guerra midiática sem precedentes que tenta antecipar de forma vergonhosa, na minha modesta opinião, o processo eleitoral de 2010.

Mas, os donos dessas mídias se esquecem que hoje existe a blogosfera, recheada de sites alternativos comandados por cidadãos que querem um Brasil mais justo para todos e que fazem um contraponto super interessante com a chamada grande imprensa. Esses sites e blogs são independentes e a maioria não tem vínculo com os interesses dos poderosos da elite brasileira que querem a qualquer curso voltar ao poder.

Essa mesma elite que sempre dominou o Brasil e não se conforma em ver o sucesso do Governo Lula que conta com o apoio da maioria da população brasileira, haja vista todas as pesquisas que vêm sendo realizadas no país. O atual governo conta, principalmente, com o apoio daqueles que sempre estiveram à margem da sociedade recebendo migalhas dos poderosos e que agora conseguem ver a luz no fim do túnel a partir de um governo de esquerda e que tem realmente construído políticas públicas voltadas para os mais desfavorecidos.

Voltando aos factóides, o interessante de tudo isso é que os “grandes” sites da imprensa brasileira mudaram seus discursos e suas manchetes a partir de hoje, ou seja, pararam de colocar a Lina Vieira como santa e vítima do governo Lula, coincidentemente, quando veio à tona na blogosfera, uma entrevista feita pela jornalista Mônica Waldvogel no programa Entre Aspas dessa terça-feira, dia 25, que ela apresenta pela Globo CNN.

No programa ela fez uma abertura totalmente tendenciosa, manipuladora e passou pela vergonha de ver suas falsas e antecipadas conclusões sobre o caso Lina Vieira caírem por terra e serem derrubadas uma a uma pelos participantes do debate, entre eles o próprio ex-secretário da Receita Federal do governo FHC, Everardo Maciel.
Assista ao programa e tire suas próprias conclusões:



Leia também, abaixo, o texto do jornalista Luis Nassif, publicado em seu blog, sobre o assunto:

O comentário inicial lido por Mônica Waldvogel é vergonhoso, antijornalístico, desonesto, porque desmentido ao longo de todo o programa pelos três entrevistados convidados. A Globonews perdeu o rumo.

Os três convidados são unânimes em afirmar que politização ocorreu na fase de Lina Vieira, não agora. Mônica atropela as conclusões da mesa redonda, desrespeita os telespectadores ao antecipar conclusões falsas. Principalmente sabendo-se que a abertura sempre é feita após o programa, com base nas conclusões levantadas.

Paulo Antenor, presidente do SindiReceita, sindicato dos Analistas-Tributários da Receita Federal, denuncia o aparelhamento da Receita… por Lina. Mostra que o pedido de demissão coletiva dos antigos superintendentes foi apenas uma antecipação para demissões que ocorreriam. O advogado tributarista nega crise na Receita. Disse que está mais preocupado com as taxas de juros dos bancos e temas mais relevantes.

Mônica tenta se socorrer do ex-Secretário da Receita Everardo Maciel, da gestão FHC, pedindo que confirme a politização. Everardo diz que a politização ocorreu com Lina e que agora não há ingerência política, porque é atribuição do Ministro definir o Secretário.

Depois disso tudo, Mônica volta ao papo de que Mantega estaria pressionando para não apertar os grandes contribuintes. Os entrevistados negam. Everardo mostra que esse foco nos grandes contribuintes começou em sua gestão. Mônica diz que houve aumento na arrecadação dos grandes contribuintes na gestão Lina. Everardo desmonta com números.

Mônica vem com a história da opção do regime de caixa pela Petrobras foi manipulação. Everardo é incisivo: a Petrobras está certa. O factóide criado foi para justificar a queda da arrecadação na gestão Lina - embora admita que a queda tem muitos outros fatores deflagradores, entre os quais a crise.

Mônica: se fosse tão clara a possibilidade de mudar o regime no meio do ano, não haveria essa controvérsia.

Everardo: a regra é clara e foi feita em 1999 justamente para enfrentar o problema da desvalorização cambial.

Mônica: mas até agora a Receita está para soltar um parecer.

Everardo e os demais: já foi feito, concordando com a Petrobras. Essa prática existe há muito tempo, não existe qualquer ilegalidade ou manobra contábil.

Mônica, balbuciando: a lei foi feita. Houve então uma manipulação da opinião pública?

Todos concordam com a cabeça.

Aí ela deriva a entrevista para o caso Sarney, perguntando se é legítimo pressionar a Receita para abrandar a fiscalização.

O presidente do Sindicato disse que é impossível essa pressão, que nunca essa informação correu na Receita. Disse que sempre trabalhou próximo à chefia da Receita, tanto no governo FHC e Lula, e nunca viu esse procedimento. O chefe da Receita conversa com políticos todos os dias. Mas esse tipo de ingerência é novidade para a gente.

Everardo disse que se ocorreu, o momento certo seria na época em que foi feita. Se não fez, cometeu prevaricação.

Conclusão final dos três entrevistados: Lina foi um desastre para a imagem da Receita e caberá a todos os funcionários trabalharem para o resgate de sua imagem.

Assista o programa e depois volte à abertura.

PS - O programa é ao vivo. Então na abertura Mônica definiu conclusões que não foram avalizadas, posteriormente, pelos entrevistados.


Da Redação, com informações da Carta Maior


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