Do Jornal Estado de Minas |
Ainda é cedo para afirmar que o influenza A (H1N1) tem perdido a força, mas alguns sinais de que a doença não vem causando tanto medo começam a surgir. Fatores como a abertura da rede pública e privada de saúde para o atendimento a pessoas com sintomas da gripe suína, a distribuição do medicamento e a gama de informação enviada à população diariamente são encarados como pontos positivos para o combate à doença. O que é perceptível até mesmo nos ambulatórios referência de Belo Horizonte, que antes sofriam sobrecarga. O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG) já sente a diferença: em apenas uma semana, a procura por consultas específicas para o caso reduziu em 60%.
“Mas, mesmo assim, ainda não dá para respirar aliviado”, alerta o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES), Luiz Felipe Caram, acrescentando que ainda não se sabe o que pode acontecer nos próximos dias. Porém, o fato das pessoas estarem mais informadas sobre a doença e, por isso, mais cautelosas para não serem contaminadas, pode ser um indício de que a alta transmissão está perdendo a força. “O que está acontecendo é uma série de fatores: a abertura do atendimento nos postos de saúde diminuiu a sobrecarga no sistema de referência, a temperatura está mudando, os dias estão mais quentes e a informação está mais disseminada”, aponta.
Ainda que o novo vírus não tenha se despedido, a infectologista e coordenadora do ambulatório do HC, Marise Fonseca, diz que há algumas semanas cerca de 100 pessoas com sintomas da gripe eram atendidas diariamente no ambulatório, número que caiu nos últimos dias para 40. “Estamos cumprindo o nosso papel de local referência para os pacientes. Com abertura dos postos de saúde, isso ficou mais claro, ou seja, quem nos procura vem encaminhado de alguma unidade básica. A gente espera que o pico da doença seja agosto, mas essa redução, pode ser um indício de que estamos no momento decrescente na curva da epidemia. No entanto, ainda é cedo para afirmamos que é essa a realidade”, diz, apontando como ganho o fato de que houve redução na letalidade das doenças respiratórias tão comuns nesta época do ano. “Passamos a vigiar mais esses casos, estamos mais atentos. Isso é um aspecto positivo.”
Por outro lado, a infectologista e coordenadora do Hospital Eduardo de Menezes, Tânia Marcial, diz que não houve redução no atendimento. Para ela, o fato de o Brasil não realizar mais exames em todo os pacientes com suspeita da doença pode indicar um falso decréscimo no número de casos. “No Eduardo de Menezes, a enfermaria está sempre lotada”, revela.
Morte
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou nessa terça-feira mais oito mortes causadas por gripe suína no estado, que tem no total 78 óbitos causados pela doença. Também na terça-feira, o Paraná confirmou mais 28 mortes em decorrência do novo vírus, subindo para 107 o total de óbitos no estado. Com as novas notificações, o país chegou a 378 mortes. São Paulo é o estado com o maior número: 134 confirmados. O Paraná é o segundo, seguido pelo Rio Grande do Sul (78), Rio (39), Santa Catarina (9), Minas Gerais (5), Paraíba (2), Pernambuco (1), Bahia (1) e Rondônia (1), além do DF (1).
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