quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Escola mineiras voltam às aulas na próxima segunda-feira, dia 10


Na próxima segunda-feira, dia 10, professores e alunos retornam à sala de aula em Minas Gerais. Os professores foram orientados a deixar janelas e portas abertas, a ensinar os alunos a levarem copos e talheres de casa e a dividirem os horários do recreio por faixa etária. Caso haja suspeita da doença, o aluno deverá ser isolado e os pais acionados.

O Estado investiga dez mortes que podem ter ocorrido em pacientes com a gripe suína, conforme informou nesta quinta-feira a Secretaria de Estado de Saúde (SES).

O anúncio foi feito durante a palestra dada a professores de escolas públicas e particulares de Minas Gerais. No encontro, realizado pela SES, os educadores foram orientados sobre cuidados e prevenções sobre o vírus Influenza A.

UFJF adia aulas por tempo indeterminado

Na Zona da Mata mineira, as aulas e concursos públicos da Universidade Federal de Juiz de Fora(UFJF) vão ser adiadas por tempo indeterminado, para evitar a propagação da gripe H1N1. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (6) pela reitoria da universidade.

Ficam suspensas as aulas da graduação, pós-graduação, colégio João XXIII e do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais-Campus Juiz de Fora (IFET), antigo CTU, além do concurso IFET. Somente a parte administrativa da universidade vai continuar com as atividades. A UFJF tem cerca de 11.500 alunos na graduação e mil alunos na pós.

A universidade informou que está estudando uma forma de repor as aulas.

A gripe em Belo Horizonte-MG

Duas pessoas foram internadas nesta quinta-feira (6) na área de isolamento do Hospital das Clínicas com suspeita de gripe suína. Segundo o boletim do hospital, a mulher de 22 anos e um homem que não teve a idade divulgada apresentam tosse e febre. O quadro de saúde dos dois pacientes é estável.

Outras 20 pessoas ainda estão na área de isolamento do Hospital das Clínicas, entre elas uma criança de dois anos. Porém, segundo o boletim, o estado mais grave ainda é do homem de 27 anos, que foi internado no dia 29 de junho e está no CTI. Seis pacientes que tiveram melhora no quadro clínico receberam alta.

Atendimentos

Somente nessa quarta-feira (5), 79 pessoas foram atendidas no ambulatório de referência para o atendimento de pacientes com suspeita de gripe suína do Hospital das Clínicas. Desse total, oito casos foram notificados como suspeitos.

Já no Hospital Eduardo de Menezes, 25 pacientes estão internados com suspeita de gripe suína. Desse total, quatro estão internados no CTI em estado grave. De acordo com o boletim médico divulgado pelo hospital, o estado mais grave é de uma mulher de 34 anos, que foi internada no dia 3 de agosto. A paciente respira com ajuda de aparelhos.

Presidente do CNS diz que hospitais podem não suportar demanda por atendimento

O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, disse nesta quinta-feira (6) que a rede hospitalar do país pode não suportar o aumento da demanda causado por pessoas que buscam atendimento médico com sintomas de gripe comum.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, ele pediu que a população evite procurar hospitais e usar medicamentos específicos para o tratamento da influenza A (H1N1) - gripe suína - sem antes ir a um posto de saúde.

"Neste momento, milhões de brasileiros estão acometidos da gripe comum, isso faz parte da nossa rotina. Não é correto que esses milhões de pessoas recorram aos hospitais achando que é a gripe causada pelo vírus Influenza H1N1 e que, consequentemente, necessitam de atendimento hospitalar. Não há condições de a nossa rede dar conta dessa demanda."

Segundo o presidente do CNS, deve buscar atendimento em um posto de saúde quem apresentar durante 72 horas febre elevada, dor no corpo e de cabeça. "Que fique bem claro que qualquer agravamento na evolução do quadro da gripe comum já obriga a pessoa a se dirigir ao posto de saúde. Aí sim, [o quadro] vai ser avaliado com exames", disse Batista Júnior, ao lembrar que, se o diagnóstico de influenza A (H1N1) - gripe suína - for positivo, o tratamento será diferenciado.

Entenda como funcionam os exames para detecção da nova gripe

Dois testes identificam se o paciente é portador da nova gripe. O resultado do teste convencional demora, em média, 72 horas – com a demanda elevada, esse prazo chega até a uma semana. O problema, nesse caso, é que o tratamento com o remédio antiviral precisa se iniciar em até 48 horas depois do início dos sintomas.

O chamado teste "rápido" fica pronto em cerca de 15 minutos, mas é considerado pouco confiável pelos médicos porque resulta negativo em 50% dos casos – independentemente da presença do vírus.

Os dois testes usam o mesmo princípio para detectar a doença: a análise do material genético do vírus. Isso só é possível por que o Centro para Controle de Doenças dos Estados Unidos conseguiu fazer um mapa genético do H1N1.


No caso do teste convencional, a coleta é feita por um exame de sangue. No caso do teste rápido, com a retirada de uma amostra de secreções do nariz, de saliva ou mesmo de sangue.


Segundo a infectologista Maria Cláudia Stockler, do Hospital das Clínicas de São Paulo, o teste convencional, chamado de PCR (sigla em inglês para o termo técnico de genética “reação em cadeia da polimerase”), usa o que há de mais moderno em biologia molecular.

“Se há vírus no organismo do paciente, o teste vai sequenciar o material genético para identificar se é ou não o H1N1”, explica. A confiabilidade do resultado é de 99,98%, de acordo com o Ministério da Saúde -- a mesma de um teste de paternidade.


O teste rápido, no entanto, sequencia apenas um pedaço do material genético. E um pedaço muito pequeno. “Esse teste rápido pode dizer, quando dá positivo, apenas que a pessoa tem uma gripe – não necessariamente a nova gripe, pode ser qualquer tipo”, explica Stockler.


Foi esse teste que a jovem Jacqueline Ruas teria feito nos Estados Unidos antes de embarcar de volta para o Brasil (
a adolescente de 15 anos tinha pneumonia e morreu no voo).

O médico Cid Carvalhaes afirma que o fato de a menina carregar na bolsa o remédio de tratamento para a gripe A, o Tamiflu, é um exemplo de como o teste é falho. “Se deram o Tamiflu para ela é por que não confiaram no negativo do teste”, afirma.


A infectologista especialista em gripe da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Nancy Bellei explica que o teste pode ser usado, mas apenas como método auxiliar para os médicos.

“Quando a pessoa já está no hospital, você pode fazer o teste rápido. Se ele der positivo para um vírus da gripe, você já pode isolar o paciente. O problema é que se der negativo, não pode confiar”, explica.


Vacinas


A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta quinta-feira, que os primeiros lotes de vacinas contra a gripe suína devem estar licenciados e prontos para a imunização da população já no mês de setembro.


A diretora de Pesquisa de Vacinas da OMS, Marie-Paul Kieny, afirmou que alguns laboratórios já produziram lotes iniciais da vacina e que testes clínicos já estão sendo realizados.


Nos últimos meses, alguns especialistas levantaram dúvidas a respeito da segurança deste tipo de imunização, já que, em 1976, após uma campanha de vacinação contra a gripe suína nos Estados Unidos, alguns pacientes desenvolveram uma rara condição neurológica conhecida como Síndrome de Guillain-Barré.

Na época, cerca de 500 pessoas foram afetadas pela síndrome – que causa uma paralisia temporária e pode ser letal - depois de terem sido vacinadas.

Brasil

Embora os primeiros lotes já devam estar prontos em setembro, de acordo com o Ministério da Saúde, a previsão é de que as primeiras vacinas só cheguem ao Brasil em dezembro.

Segundo o ministério, o governo comprará 1 milhão de doses de vacina contra a gripe suína que estarão prontas para uso em dezembro.

Outras 17 milhões de doses serão produzidas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e estarão disponíveis no primeiro semestre de 2010, para imunizar a população contra uma possível segunda onda da doença.

Ainda não foram definidos quais serão os grupos populacionais que serão priorizados na vacinação.

Fontes: www.g1.com.br, www.otempo.com.br e www.bbcbrasil.com.br




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