quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Aprovada a Reforma Eleitoral

Plenário da Câmara nessa quarta-feira (16) durante votação do projeto de reforma eleitoral (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)



A Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta-feira (16), no final da noite, o projeto de reforma eleitoral que deve valer para as eleições de 2010. Pelo texto aprovado, a internet fica liberada para a campanha eleitoral, mas com restrição à realização de debates - que passam a seguir as mesmas regras aprovadas para rádio e TV.


Para valer na eleição de 2010, o projeto precisa ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado no Diário Oficial da União até o dia 3 de outubro.


Veja a seguir o que passa a valer se a lei for sancionada do modo como foi aprovada:


Liberdade na internet – O projeto aprovado estabelece a “livre manifestação do pensamento, vedado o anonimato, durante a campanha eleitoral, por meio da rede mundial de computadores - internet -, assegurando o direito de resposta”. Antes da reforma eleitoral, a campanha na internet não tinha legislação específica. O texto, no entanto, determina que a internet siga as restrições de rádio e televisão para a realização de debates entre candidatos.


Blogs, sites e redes de relacionamento – O texto aprovado permite aos candidatos manter blogs, sites pessoais e páginas em redes de relacionamento, como o Orkut ou Facebook, durante o período eleitoral.


Mensagens eletrônicas – O texto permite a candidatos usar “outros meios de comunicação interpessoal mediante mensagem eletrônica” durante a campanha eleitoral. Nesse caso podem ser enquadradas as mensagens enviadas por celulares (torpedos).


Doações – Fica permitida uma inovação no sistema de arrecadação das campanhas, semelhante ao que já ocorre em outros países, como os Estados Unidos. O eleitor poderá fazer doações aos candidatos ou aos partidos por meio de cartão de crédito, pela internet.


Debates – Antes, as emissoras de rádio e televisão eram obrigadas a convidar todos os candidatos e precisava acertar as regras dos debates com todos eles. Com o projeto, a obrigação do convite persiste, mas o debate poderá ser realizado com as regras sendo aceitas por 2/3 dos candidatos, o que permite a realização de debates sem a presença de todos os concorrentes. Neste caso, a web ficou sujeita às mesmas regras de rádio e televisão. (Na versão anterior desta matéria não havia a informação sobre a obrigatoriedade de convite a todos os candidatos.)


Programas sociais – As entidades de assistência social vinculadas a candidatos não poderão criar ou ampliar programas em plano eleitoral. Candidatos a cargos do Executivo continuam proibidos de participar de inaugurações de obras públicas nos três meses anteriores à eleição.


Impressão de votos – Uma parcela dos votos, para efeito de amostra, será impressa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em cada eleição. Os votos impressos mantêm o anonimato do eleitor e poderão ser usados para determinar uma eventual recontagem.


Voto em trânsito – Pelo texto aprovado, o eleitor poderá votar caso não esteja em seu domicílio eleitoral. A medida, entretanto, vale apenas para votos em candidatos à Presidência da República. O sistema é adotado em outros países. Como os EUA, onde é possível votar até pelo correio.

(Esses dois últimos itens - impressão de votos e voto em trânsito - já estavam previstos no texto originalmente aprovado pelos deputados em julho, mas foram derrubados pelos senadores. Quando o texto voltou à Câmara, os deputados cancelaram as modificações feitas pelo Senado e fizeram valer a versão original.)


O que caiu do texto


A Câmara derrubou 60 das 64 emendas aprovadas pelo Senado na quarta-feira. Veja os principais tópicos que ficaram de fora do texto aprovado pela Câmara.


Os deputados retiraram do texto emenda do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que previa "reputação ilibada" para os candidatos. Pela emenda do Senado, caberia a um juiz de primeira instância decidir se o candidato poderia ou não entrar na disputa, mas a regra não prevaleceu na Câmara.

Fica incluída na lei a garantia de que pessoas com processos em tramitação na Justiça poderão ser candidatas antes que as instâncias sejam esgotadas. Para disputar a eleição, o candidato terá apenas que apresentar as contas eleitorais de campanhas passadas, sem a necessidade de sua aprovação. A justificativa da Câmara é não prejudicar um candidato se a Justiça demorar a apreciar as contas.

Os deputados também rejeitaram a emenda que previa a realização de eleições diretas (votação popular) para a escolha dos substitutos de prefeitos, governadores e presidente da República cassados por crimes eleitorais.

Com a decisão, ficará o vácuo na legislação sobre os casos de cassação --o que tem permitido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidir o destino de Estados e Municípios que ficaram com os cargos vagos no Executivo.

Fonte: g1 e www.folha.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais uma vez Deborah, muito pertinente os assuntos abordados no seu Blog, segue abaixo matéria extraída do site Yahoo em 17.09.2009:

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB) avaliou como "razoável" a proposta de reforma eleitoral aprovada ontem no Congresso. O projeto atualiza e organiza aspectos da lei eleitoral, mas não resolve o que Serra chamou de "partidos de aluguel". "É menos do que eu gostaria, mas está razoável." A proposta segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Serra também condenou a aprovação do projeto de lei que legaliza os bingos no País pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. "Sou contra. Isso cria um vício no jogo, arruína muita gente", disse. O governador refutou argumento dos defensores da legalização, segundo o qual manter os bingos abertos criaria empregos. "É uma visão ingênua, porque se você não gasta no jogo, gasta em outro lugar. E gera empregos em outro lugar", ressaltou.

Abraços.........