Com quase 7 bilhões, população preocupa
da New Scientist
Pense na maior multidão com a qual você já esteve --talvez 50 mil pessoas em um estádio. Em apenas 6 horas a partir de agora, haverá mais este número de pessoas no mundo, e outras 50 mil nas próximas 6 horas, e assim por diante. Não é de admirar que o aumento da população humana é visto, muitas vezes, como um dos maiores problemas do nosso mundo.
Há quase 7 bilhões de seres humanos atualmente, o dobro do que havia em 1965, com a adição média de 75 milhões de pessoas por ano. Projeções da ONU dizem que pode haver um adicional entre 2 e 4 bilhões até 2050. O planeta jamais passou por algo semelhante. Será que o mundo consegue sustentar este crescimento populacional?
É uma questão controversa. Embora esteja claro que a população não possa aumentar para sempre, a história está repleta com terríveis, mas falhas, previsões de fome e morte resultantes da superpopulação. A mais famosa delas é a de Thomas Malthus, que alertou, há mais de dois séculos, que a população seria mantida "sob controle" pela elevação da mortalidade.
O que ele não previu foi a capacidade das sociedades recém-industrializadas para suportar um grande número de pessoas. Hoje, o "problema populacional" está de volta à agenda. No começo deste ano, o conselheiro científico do governo britânico John Beddington projetou uma população sob crise global em 2030. Mais: um grupo de bilionários influentes, incluindo Bill Gates e George Soros, identificou a superpopulação como a maior ameaça que a humanidade enfrenta.
Toda a vez que a "New Scientist* publica um texto detalhando mais uma das desgraças ambientais do planeta, leitores respondem argumentando que o problema real é a superpopulação. As estatísticas populacionais são, de fato, impressionantes. Números brutos, contudo, escondem uma infinidade de complexidades. Olhando atentamente, fica claro que a suposição, baseada no senso-comum de que a população é a raiz de todos os males, é simplista.
Por exemplo, enquanto a população está crescendo em números absolutos, a taxa de crescimento (média) está reduzindo a velocidade --de um máximo de 2% nos anos 1960 para 1% hoje. No Japão, Rússia e muitos dos países europeus, mulheres estão tendo poucos filhos, o que está diminuindo a população, ou vai diminuir, em breve.
Ao mesmo tempo, as populações de muitas das nações menos desenvolvidas estão explodindo, com mulheres em alguns países dando origem a mais de cinco filhos, em média. Algumas dessas complexidades são desfeitas por especialistas.
O demógrafo Paul Ehrlich, que reacendeu o debate há uma geração com seu best-seller "A Bomba Populacional", endossa a afirmação de que é preciso agir para conter a fertilidade (leia o artigo, em inglês, aqui). Por outro lado, o escritor de ambiente Fred Pearce insiste que enfocar na população traz uma distração perigosa da questão real: o consumo.
Depois, há o "admirável mundo novo" do encolhimento populacional que está em curso na Europa, como explica o demógrafo Reiner Klingholz. "Estamos muito pesados para o mundo, os recursos são escassos para nós.
A natureza já não nos sustenta"Assim escreveu Tertuliano, um dos primeiros cristãos, no século 3. Naquela época, a população mundial era de cerca de 200 milhões. Dezoito séculos depois, e com 34 vezes mais pessoas no planeta, o debate continua.
2 comentários:
Huhuhuhu
Outro dia mesmo tava conversando com uns amigos meus sobre isso, e a questão é muito mais complicada do que agente imagina...
Pressuposto que a população mundial deve diminuir, como isso seria feito sem nem mesmo os serviços e campanhas de planejamento familiar são significamente efetivos em cidades grandes como Belo Horizonte? E ainda fugindo da verticalização da idéia da necessidade de diminuir, a redução natural que ocorre em um número pouco mais elevado em países como na França, tem como conseqüência a diminuição da mão de obra necessitando importá-la (na grande maioria importa-se de países que “foram” colônias) e essa mão de obra, que vai constituir família em seu novo país não tem esse planejamento, portanto a população continua crescendo e os problemas se elevando.
E dentre outros IMENSOOOOOS fatores, existe um especificadamente forte, o qual é dificílimo lutar contra: o capitalismo. Que para ele, quanto mais indivíduos que possuam poder de compra, melhor. Não vai dar pra discutir ideologia agora, mas eu particularmente não gosto dele, mais necessariamente da maneira COMO ele é usado no mundo: cruel, perverso e feliz.
Concluindo, na minha opinião o Homem é o animal mais complicado que existe. a inteligência que ele possui é a ferramenta mais extraordinária existente, porém, quando aliada com o extinto de sobrevivência (natural em todo ser vivo) nos transformou em “monstrinhos” que acaba usando a inteligência para coisas não tão inteligentes assim. Construímos a roda, cidades, prédios, carros, confortos, luxos, lixos, poluição, e também um caminho que daqui a alguns anos pode não ter mais volta...
Sempre dou um exemplo que eu mesmo conclui quando trato desse assunto (e sempre sou contrariado só pq faço veterinária): em todo o mundo há um animal específico daquela região, o leão africano, o tigre asiático, canguru australiano, onça pintada da América latina, e todos os outros, insetos, plantas.mas só um está em todo lugar do mundo, independente de onde: o Homem. EU acho q tem algo errado aí...
Oi, Pedro, como sempre sua participação neste blog é muito legal e rica.
Concordo com você nos vários aspectos que pontuou no seu texto.
Realmente, onde tem gente tem complicação. Imagine então, onde tem bilhões de pessoas? Todas com sua necessidades biológicas, ideológicas e de consumo? Haja planeta para dar conta de tantas demandas!
Considero esse debate do controle da natalidade super importante, embora reconheça que é delicado e complicado. Acho que ele não é encarado pelos governantes e é até mesmo considerado um tabu justamente pelos vários aspectos que ele envolve. Entre eles, os que você citou e ainda o religioso, cultural, racial...são várias dificuldades que impedem o debate e atitudes afirmativas para enfrentar o problema.
Mas é notório que a discussão precisa ser ampliada pois, caso contrário, corremos o risco da própria Terra não existir mais, tal qual a conhecemos.
Infelizmente, acho que vamos chegar( se é que já não estamos chegando) a um ponto em que seremos obrigados a escolher entre a vida na Terra e a vida da Terra.
E se não formos rápidos nessa escolha, a situação poderá ficar inviável tanto para a humanidade quanto para o nosso planeta!
Um grande abraço pra você.
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